por Duh Secco
Entre os mortos e feridos da guerra envolvendo José Luiz Datena e Record, a vítima maior é, sem dúvida, a emissora da Barra Funda. Vítima de sua própria megalomania. Mesmo que a imagem de José Luiz Datena tenha saído arranhada do episódio, uma vez que deixou bem clara a falta de ética e respeito do apresentador aos seus contratantes, foi a Record quem mais perdeu com todo o ocorrido. E perdeu por fazer uso de armas erradas. Assediou um profissional da concorrência, esvaziou a equipe do mesmo com a contratação do comandante Hamilton, ofereceu cifras astronômicas e o perdão de uma grande dívida. Conseguiu levar Datena, mas não estruturou sua produção e censurou o mesmo, ao lhe impedir de comentar assuntos como os ataques a homossexuais. Assim, a Record evidenciou o seu maior problema: a falta de comando. Presidida por profissionais acostumados a gerir igrejas, a emissora padece de estruturação e de liberdade editorial em seu jornalismo, bem como nos demais departamentos. Que fique a lição.
A Globo também censurou a abordagem sobre homofobia, em Insensato Coração. Ainda assim, os autores Ricardo Linhares e Gilberto Braga souberam conduzir com maestria a trama. As sequências da última semana, com o assassinato de Gilvan (Miguel Roncato) e a prisão de Vinícius (Thiago Martins), prestam um importante serviço à sociedade, ao alertar para a violência gratuita cometida contra homossexuais. Foi bem!
Ainda em Insensato Coração, convém ressaltar o excelente desempenho em cena de Rosi Campos (Haidê), Louise Cardoso (Sueli) e Bete Mendes (Zuleica). As reuniões das três personagens sempre garantem bons momentos à novela.
Falando em desempenho em cena, causa contradição o apresentado por Regina Duarte, em O Astro. Regina tem em mãos uma excelente personagem, como há muito tempo não tinha. Mas interpreta a mesma recorrendo aos mesmos trejeitos que apresentou em seus últimos trabalhos e que fizeram dela, nos últimos anos, alvo de comentários jocosos dos telespectadores.
A expulsão da boxeadora Duda Yankovich e a entrada de Dani Bolina, ex-panicat, marcaram a semana na quarta edição de A Fazenda. Todo o reboliço em torno do assunto serviu para deixar claras as intenções da Record neste momento: turbinar a audiência do reality, em baixa por conta de O Astro. Mas não basta trocar uma participante por outra. Os erros da atual Fazenda não se resumem ao elenco. Estão também na produção equivocada, que inseriu novas provas e alternou o dia de formação da roça na segunda semana, confundindo o telespectador. Uma revisão para a edição de 2012 se faz extremamente necessária.
O SBT vai comemorar os seus 30 anos com um grande especial sobre o programa Chaves. Ainda que o seriado mexicano seja uma das maiores audiências do canal, mesmo estando há quase trinta anos no ar, soa absurdo voltar todas as atenções para ele. A importância dada ao programa é tamanha que passa a impressão de que até mesmo o dono do canal, Silvio Santos, fora esquecido. Lamentável que a festa se resuma a um enlatado. O SBT sempre foi muito mais do que isso.
Para concluir, uma menção honrosa a Jô Soares. Pude acompanhar a gravação do Programa do Jô, na última terça, 09 de agosto. E confesso que fiquei surpreso com a postura do entrevistador, simpático e brincalhão. Jô demonstra perfeito entrosamento com sua competente equipe de produção e consegue arrancar leite de pedra de determinadas entrevistas, com convidados nada interessantes. Quem puder assistir a gravação do programa, assista. Vale muito a pena!
8 comentários:
Uma pena IC ser censurada, mas valeu pelo que foi ao ar, mas não me conformo outras novelas não foram censuradas, como América, Senhora do Destino, Mulheres Apaixonadas, TiTiTi. Não tem justificativa para essa atual censura. Outras pegaram muito mais pesado! Mas valeu!
Essa expulsão da Fazenda foi mais pra chamar atenção. Mas esse programa não decola. Participantes péssimos!
Abs
Duh, quando vai ao ar sua participação no Programa do Jô?
Eduardo Vieira - Recife/PE
O vilão do Thiago Martins me convenceu muito mais do que o vilão de Gabriel Braga Nunes. Thiago se revelou um grande ator e aproveitou muito bem a oportunidade.
Não acho que a Globo tenha censurado a questão da homofobia em "Insensato". os autores apenas foram chamados porque a emissora não gostou do romance envolvendo os gays. Tanto que a trama envolvendo os homossexuais continuou. Acabou o romance, mas a questão mais importante - a da agressão aos gays - continuou.
Sei que não é o tema do tópico, mas ao ver as chamadas de "Fina Estampa", eu não consigo imaginar outra atriz melhor do que Lília Cabral no papel da Griselda. Ela convence muito mais como mãezona do que Glória Pires, a primeira opção para a personagem. Como é que o Aguinaldo não viu desde o início que a Lília tinha que ser a Griselda? Ainda bem que ele enxergou isso depois.
Só lamento a escolha de Christiane Torloni para viver a vilã Tereza Cristina. Ela parece repetir a perua histérica Melissa Cadore de "Caminho das Índias". Aliás, a Torloni só aparece histérica nas chamadas. Ela deve ter tido umas aulinhas na Escola Neuza Borges de Interpretação.
Oi, Edu!
Dois programas dos quais participei já foram ao ar, o da última terça e o da última sexta. Na próxima sexta, dia 19, vai ao ar mais um. Mas já aviso: tá difícil me encontrar na plateia. rsrs
Abraços e obrigado pela presença constante aqui no blog.
A direção da Record não sabe o que faz. Tinha uma estratégia tão bonita em mãos, quando passaram a almejar a vice, e "limparam" a grade de programas popularescos (Cidade Alerta morreu aí) e, agora, esqueceram-na completamente, trazendo tudo de volta, e às pressas, sem planejamento, sem estrutura, sem nada. Lamentável...
André San - www.tele-visao.zip.net
Eu é que agradeço a vocês por um material de tão boa qualidade como o que aqui encontro! Abraço!
Em tempo: também acho que Lília Cabral é muito mais Griselda do que Glória Pires. Até pelo fato de, a meu ver, ser melhor atriz.
Eduardo Vieira - Recife/PE
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