por Duh Secco
Encerrada na última sexta, A Vida da Gente foi um grande acerto na carreira de Lícia Manzo, estreando como titular em novelas. A trama ficou marcada pela supremacia de personagens femininas e por dar preferência aos diálogos, minimizando a ação, o que por vezes deixou os capítulos um tanto exaustivos e angustiantes, conforme disse o Ministério Público ao reclassificar a trama como imprópria para menores de 10 anos, durante sua exibição. Fernanda Vasconcellos, como Ana, se firmou como protagonista, em seu melhor trabalho em TV até o momento. Chamou a atenção também os bons desempenhos de Marjorie Estiano (Manu), Nicette Bruno (Iná), a menina Jesuela Moro (Júlia), Ana Beatriz Nogueira (Eva) e Gisele Fróes (Vitória). O destaque dado ao triângulo amoroso central, formado por Ana, Manu e Rodrigo (Rafael Cardoso), colocou em segundo plano personagens interessantes como Eva e Vitória. A primeira não teve mais embates com o ex-marido Jonas (Paulo Betti), cujo divórcio no primeiro capítulo deflagrou a ação da novela. Jonas, um dos protagonistas no início, distanciou-se da trama central, o que soou estranho ao telespectador, que esperava por uma relação maior do advogado com os filhos, Rodrigo e Nanda (muito bem interpretada por Maria Eduarda). Já Vitória, perseguida no início por Alice (Sthefany Brito), a filha que abandonou no passado, não teve mais encontros com a moça, nem mesmo com o pai biológico desta, Renato (Luiz Carlos Vasconcelos). Pequenos deslizes em uma obra de grande repercussão (apesar da baixa audiência), dirigida com maestria pelo competente Jayme Monjardim.
E ontem, segunda-feira, estreou Amor Eterno Amor, a substituta de A Vida da Gente no horário das seis. Imagens belíssimas capturadas pela competente equipe de Rogério Gomes e Pedro Vasconcellos deram o tom do capítulo, que nos apresentou a trajetória de vida do protagonista, Rodrigo / Carlos (Caio Manhete / Gabriel Braga Nunes). Em poucos minutos, soubemos que Rodrigo era o filho desaparecido de Verbena (Ana Lúcia Torre), que havia sido criado, em Minas Gerais, por Angélica (Denise Weinberg) e Virgílio (Osmar Prado), padrasto de quem fugira após a morte da mãe adotiva. As angústias do menino foram apresentadas nas cenas que ele dividia com Elisa (nesta fase, vivida por Júlia Gomes), estando os dois sempre protegidos por Lexor (Othon Bastos), espírito de luz que os guia. Anos se passam e vemos Carlos, nome que Rodrigo recebeu da mãe adotiva, na Ilha de Marajó, onde ganha a vida como domador de búfalos. Apesar de interessante, o capítulo padeceu de uma grande falta de ritmo, embora tenha apresentado importantes acontecimentos que influenciarão o desenrolar da história. Texto e elenco corretos. E um pequeno deslize de caracterização: as perucas usadas por Cássia Kiss Magro (Melissa) e Ana Lúcia Torre. Dispensáveis.
Aquele Beijo, em sua reta final, vem apresentando elementos de outra trama de Miguel Falabella. Através de Dalva (Mariah da Penha), a babá do filho de Ricardo (Frederico Reuter) e Camila (Fernanda Souza), o autor aborda, assim como em A Lua Me Disse, o preconceito contra a própria raça. Na novela de 2005, Falabella focou o tema no humor das irmãs Whitney (Mary Sheila) e Latoya (Zezeh Barbosa). Desta vez, a trama toma contornos mais sérios e Dalva age quase como uma vilã, atrapalhando o romance de seu patrão com a cabeleireira Bernadete (Karin Hills), pelo simples fato de não aprovar o relacionamento do médico com uma negra. As cenas em que Dalva discrimina, veladamente, Bernadete, servem como mais um atrativo desta boa trama.
O Vale a Pena Ver de Novo encerra, na próxima sexta, a reprise de Mulheres de Areia. O clássico de Ivani Ribeiro que manteve em alta a audiência das tardes será substituído por Chocolate com Pimenta. Chama a atenção a escolha da Globo por uma novela exibida a menos de dez anos e já reprisada, seis anos atrás. Nota-se, com esta decisão, o bom cartaz que Walcyr Carrasco tem com a direção do canal. Resta saber se a saga de Ana Francisca (Mariana Ximenes), em sua vingança contra os que a humilharam no passado, irá agradar novamente ao público.
6 comentários:
Adorei "A Vida da Gente"!! Pena que eu assistia esporadicamente... Queria muito que ela tivesse sido exibida no horário das 20h, no lugar da chatíssima "Fina Estampa". Mesmo assim, valeu torcer por Rodrigo (o ator Rafael Cardoso provou que não é apenas um rostinho bonito), Ana e Manu!! Parabéns para a autora Lícia Manzo!
Ruim essa escolha da Globo em reprisar Chocolate com Pimente. Que critério é esse produção? Acorda Brasil!
Olá Eduardo, sou a criadora do Blog Para Recordar Novelas e Famosos.Estou retribuindo a vista e carinho.Seu Blog está show.Muito belo.Adorei sua visita.Espero encontrar sempre lá,pois é muito bem vindo.Abraços>Mada
Muito chata essa Amor Eterno Amor. As novelas das seis adotaram uma estética única, e todas parecem iguais.
A Vida da Gente foi uma das melhores novelas que já vi! Muito boa! Já Amor Eterno Amor não me empolgou. Achei a trama sem muita emoção e ando meio cansado da temática espírita. Não sei se Elizabeth Jhin foi feliz ao retornar à temática...
André San - www.tele-visao.zip.net
Gostei de A Vida da Gente, mas achei que a novela pecou pela falta de um núcleo cômico bem forte. Isso pode ter afastado o telespectador. A novela tinha um ritmo muito lento pra uma novela das seis e era dramática demais.
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