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quarta-feira, 1 de agosto de 2012









O fantástico mundo dos desenhos

por Daniel Freitas



                   Os desenhos animados são protagonistas de um capítulo bastante interessante na história da televisão brasileira. Muitos deles atravessaram gerações e continuam despertando uma magia inexplicável, capaz de envolver crianças, adolescentes, jovens e adultos. As emissoras sempre reservaram um espaço na grade para eles, geralmente no horário da manhã, para fisgar o público infantil, antes de ir para a escola. Na TV aberta, Globo, SBT, Record e Band já travaram (e ainda travam) guerras matinais pela audiência investindo em desenhos. 
 
No ar atualmente, o público tem opções de desenhos em programas como o Bom Dia & Cia e o Sábado Animado, ambos do SBT, o Record Kids e o Band Kids. Com a estreia de Encontro, com Fátima Bernardes, o TV Globinho deixou de ser diário e passou a ser exibido apenas aos sábados, logo após a Turma da Mônica. Em todos esses programas, é possível curtir atrações mais modernas (Power Rangers, As Meninas Super Poderosas e X-Men Evolution), e relembrar clássicos como Pica Pau, Popeye, Tom & Jerry, Os Flintstones e Scooby-Doo, todos eles com espaço garantido na memória dos adultos de hoje. Quem nunca vibrou com Fred, Daphne, Velma, Salsicha e Scooby em ação, resolvendo mistérios, que atire a primeira pedra. 


Entre 1986 e 1992, o matinal Xou da Xuxa tinha nos desenhos um de seus principais atrativos. Dessa leva, o destaque vai para Os Smurfs, seres fofos e azuis, da altura de três maçãs, que viviam num mundo à parte, despertando um fascínio que resistiu ao tempo e rendeu uma adaptação para o cinema em 2011. O programa exibia ainda He-Man, Thundercats, Rambo e Caverna do Dragão. He-Man virou um símbolo dos anos 80, junto com She-Ra, Tila, Mentor e Esqueleto. A turma também foi comercializada em forma de brinquedos, álbum de figurinhas e demais artigos infantis. Thundercats seguiu a mesma linha. E Rambo, vindo para os desenhos diretamente das telonas, se tornou o herói que todo menino gostaria de ser.

Enquanto He-Man, Rambo e Lion (Thundercats) inspiraram as letras de músicas de grupos infantis como o Trem da Alegria, o desenho Caverna do Dragão instigava a curiosidade de todos, à espera de um desfecho que não veio até hoje. A história conta as aventuras de seis jovens (Henke, Sheila, Diana, Presto, Bob e Erick) num mundo perdido, do qual não conseguem sair. Ao lado dos demais personagens, como o Mestre dos Magos, o Vingador e o unicórnio Uni, a turma enfrentava perigos em nome de um objetivo único: voltar para casa. Apesar do sucesso, a série não passou de pouco mais de 30 episódios, repetidos à exaustão nas últimas décadas.

Diante da não continuação da série, diversos boatos começaram a surgir em torno do final da Caverna o Dragão, com direito a um último episódio fake no Youtube. Uma versão dá conta de que os jovens, na verdade, tinham morrido num acidente na montanha-russa do parque e estavam no inferno, de onde jamais conseguiriam sair. Reza a lenda, ainda, que o desenho só fez sucesso no Brasil, razão pela qual não continuou e muito menos ganhou uma adaptação para o cinema, algo que outros desenhos de sucesso mundial tiveram. A verdade, porém, não se sabe. 

De uma safra mais recente, a partir dos anos 90, os sucessos não foram poucos. Entre eles, está Bob Esponja, adorado pelas crianças e queridinho do mercado publicitário. O desenho, inclusive, foi “convocado” para salvar o TV Xuxa, numa época de audiência pífia, quando o programa ainda era diário e exibido pelas manhãs. Da série de desenhos ANIMANIACS (Warner) diretamente para as telinhas do Brasil, a dupla Pinky e Cérebro também conquistou o público e fez muito sucesso no Xou da Xuxa e no TV Colosso, com a história de dois camundongos geneticamente modificados que queriam ser os senhores do planeta. Para isso, arquitetavam planos mirabolantes que naturalmente fracassavam.

A concepção de que desenho animado é coisa de criança definitivamente mudou com a estreia de Os Simpsons na TV aberta no Brasil, o que ocorreu em 1991, na Rede Globo. A família desajustada criada pelo cartunista Matt Groening foi considerada o desenho animado mais bem sucedido de todos os tempos, eleito pela Revista Time o melhor do século XX. A animação tratava de temas ligados ao universo adulto, com personagens surreais que faziam uma crítica aos absurdos da cultura americana. Marco cultural dos anos 90, a família formada por Homer, Marge, Bart, Lisa e o bebê Maggie protagonizava sátiras que não poupavam ninguém. No desenho, não raro apareciam celebridades, políticos e astros da TV e do cinema. O cantor Elton John e os beatles Paul McCartney e Ringo Starr fizeram participações especiais. 




Especialmente a partir de 1994, os desenhos japoneses começaram a fazer sucesso no Brasil, quando a TV Manchete passou a exibir Os Cavaleiros do Zodíaco, grupo de guerreiros criado para defender a justiça ao lado de Saori, a reencarnação da deusa Athena. No rastro, vieram Dragon Ball (que conta a história de Son Goku, um menino que nasce com cauda de macaco e acaba se tornando o mestre em artes marciais mais forte do mundo) e Pokemón, monstrinhos que evoluem para criaturas mais poderosas, à medida que ganham experiência.    

Integrantes de um universo mais do que amplo, os desenhos animados têm sua história vinculada à inestimável contribuição de Walt Disney, cujos personagens mais ilustres ainda exercem um forte encantamento em diferentes gerações. No final dos anos 90 e início dos anos 2000, o programa Disney Club, do SBT, foi o grande responsável em divulgar essas produções, encabeçadas por Mickey, Tio Patinhas, Pato Donald e seus sobrinhos. 




E o encanto dos personagens de desenhos animados não acaba aí. Quem nunca se empolgou com a Corrida Maluca, de onde saiu a inesquecível Penélope Charmosa? É impossível citar todos eles, numa lista interminável que inclui personagens como Manda-Chuva, Zé Colméia, Capitão Caverna, o cachorro Rabugento, Pernalonga, Patolino, Frajola, Piu-Piu e tantos outros. 




Imagens: Duh Secco


2 comentários:

André San disse...

Uma delícia relembrar esses desenhos. Só sinto falta dos desenhos clássicos do Pernalonga na TV aberta, e num horário conveniente. A Record dá tanto destaque ao Pica-Pau, por que o SBT não faz o mesmo com o divertido coelho? Abraço!
André San - www.tele-visao.zip.net

Fernando Oliveira disse...

Um desenho que adorei mas que nem encontro nada na internet, nem um vídeo sequer é O ÔNIBUS MÁGICO!