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ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

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terça-feira, 19 de março de 2013












MARIA ADELAIDE AMARAL






A escritora MARIA ADELAIDE AMARAL volta ao blog Agora é que São Eles para mais uma entrevista. Desta vez, a autora fala de SANGUE BOM, a novela que escreve em parceria com Vincent Villari para o horário das 7, substituindo a atual Guerra dos Sexos.












ENTREVISTA EXCLUSIVA




Eduardo Secco pergunta


1. Esta é a primeira novela de Vincent Villari como autor titular. Vocês são parceiros desde Anjo Mau, trama de sua autoria na qual ele estreou como colaborador. Como foi o amadurecimento desta relação de vocês ao longo de todos os trabalhos que fizeram juntos e a transição de Vincent de colaborador a co-autor? O que mudou na relação de trabalho de vocês a partir do momento em que Vincent passou a exercer funções de autor?

Maria Adelaide com
Vincent Villari
Eu conheci o Vincent quando ele tinha 17 anos. Já era um talento! Foi meu colaborador desde Anjo Mau, fez comigo A Muralha, Os Maias e A casa das sete mulheres. Depois trabalhou em três novelas com João Emanuel Carneiro e, em TiTiTi, entreguei a ele o que nunca fiz com ninguém: a escaleta de uma novela. Quem me conhece sabe que esse é um ato de confiança. Dividir a autoria de Sangue Bom foi consequência natural e justa da trajetória que trilhamos juntos. Sobre o que mudou na nossa relação de trabalho, sugiro que você pergunte para ele.


 

Eduardo Secco pergunta

2. Em entrevista à jornalista Cristina Padiglione, a senhora declarou: “As pessoas querem ser famosas, sem ter um trabalho que justifique a fama; é o sucesso sem trabalho e a fama sem mérito”. Seu comentário traduz uma mutação ocorrida nos últimos tempos na mentalidade das pessoas, em todo o mundo: o reconhecimento, que antes provinha do trabalho árduo e muitas vezes tardava a chegar, hoje se dá de maneira fugaz, e confere status de estrelas à pessoas que não possuem nenhuma habilidade que as faça merecedoras de tamanho mérito. A que a senhora atribui essa mudança: a própria indústria da mídia, as redes sociais que popularizam virais em uma velocidade impressionante, a necessidade de dinheiro fácil e rápido ou a outros fatores? De que forma Sangue Bom pretende abrir esse debate, que a senhora já trouxe, superficialmente, dentro da trama de Ti Ti Ti? Quais personagens e respectivas ações conduziram o enredo no que diz respeito a essa abordagem em torno da fama?

Giulia Gam é Bárbara Ellen em
"Sangue Bom".
Olha, Eduardo, a gente não tem a pretensão de tratar desse tema em profundidade, mas apenas mostrar o que está acontecendo num tom de humor, que é próprio do horário, através das personagens de Bárbara Ellen (Giulia Gam), Sueli Pedrosa (Tuna Dwek), Amora (Sophie Charlotte), Lara (Maria Helena Chira) e outros. Sobre essa fixação em ser famoso a qualquer preço, independente do mérito, talento, ou trabalho reconhecido, infelizmente é a epidemia da nossa época que se espalhou pelo mundo afora paralelamente aos realities-shows e à difusão e democratização das redes sociais. Nada contra seus adeptos ou participantes (no caso dos realities). Uma das pessoas que mais admiro é o Jean Willys, que foi um BBB.




Guilherme Staush pergunta
3.  Na década de 80, as novelas das 8h (hoje, das 9h) faziam o maior sucesso ao retratarem os ricos da zona sul do Rio do Janeiro. Mesmo as empregadas domésticas comentavam as tramas que envolviam a classe alta nas novelas de Gilberto Braga, por exemplo.  Hoje em dia, virou tendência, entre as últimas novelas do horário, incluírem ingredientes direcionados à classe C.
Acredita que o público noveleiro de hoje realmente é diferente do telespectador do século passado, e que há a necessidade do telespectador da classe C se ver retratado nas novelas atuais, seja no ambiente de uma favela ou nas músicas infames que viraram moda nas trilhas sonoras atuais? Em Sangue Bom, qual foi sua maior preocupação neste sentido?
 
Acho que não tivemos nenhuma preocupação específica em mostrar a Classe C ou como representá-la na novela. A trama foi surgindo a partir de personagens e os núcleos se fizeram em função da história. Mas no âmbito pessoal, colaboro para que as pessoas desfavorecidas que me cercam possam estudar. Não tenho a menor dúvida que o que faz um indivíduo ascender socialmente é a Educação. E é também a Educação que fará com que ele se mantenha em contínuo progresso. Isso será mostrado na novela através do trabalho da Malu (Fernanda Vasconcellos) e Bento (Marco Pigossi) e de outros personagens como Sheila (Nanda Lisboa).


Guilherme Staush pergunta
4.   O telespectador de hoje, diferente de outros tempos, tem as redes sociais para comentar as novelas. O imediatismo que essas ferramentas proporcionam fez com que o público se manifestasse de forma mais ativa e acirrada, seja no episódio envolvendo o pendrive (ou a falta dele), em Avenida Brasil, nas falhas e nas incoerências da trama policial da atual Salve Jorge, ou ainda na trama datada do remake de Guerra dos Sexos.  Esses episódios mostraram que uma grande parcela dos telespectadores cobra uma coerência maior nas tramas das novelas atuais, embora os autores se defendam, justificando tratar-se de uma obra de ficção.  De que maneira um autor pode apurar aquilo que vai ser visto como ficção ou como “enrolação” pelo telespectador de hoje?

Considero as redes sociais grandes aliadas na difusão de uma novela. O sucesso de TITITI se deve muito a elas e nos orgulhamos de ter ocupado os primeiros lugares nos trending topics. Além disso, o autor não sabe tudo nem é todopoderoso. Por que ele não pode ser criticado? Como sempre digo quando me refiro à crítica, eles fazem o trabalho deles e nós fazemos o nosso.



Eduardo Secco pergunta

5. Ti Ti Ti fez grande sucesso com o público ao trazer referências de outras novelas, em especial às de Cassiano Gabus Mendes, para a narrativa. Esse mesmo tipo de recurso poderá ser visto em Sangue Bom? Quais as ações transmídias propostas para esta novela?

A gente adora fazer citações e o faremos, sobretudo em homenagem a Avenida Brasil.



Guilherme Staush pergunta
Armando Babaioff e André Arteche
em "Ti Ti Ti"
6.  O casal gay de “Ti Ti Ti”, Thales e Julinho, fez grande sucesso junto ao público. Embora o tema não possa ser aprofundado no horário das 7 ( e nem em nenhum outro horário), a senhora e Vincent conseguiram o mérito de falar sobre a questão de forma mais aberta, incluindo uma declaração de amor entre os dois personagens, fugindo do estereótipo dos gays afetados, que só fazem divertir os telespectadores, ou então que acabam se envolvendo com mulheres ao longo da trama, que apareceram nas últimas novelas das 9.  Que tipo de interferência a emissora costuma fazer quando esse tema é tratado numa novela? Houve algum personagem em Sangue Bom que exigiu maiores cuidados, ou teve que ser suavizado, para não cair nas garras da “censura” atual?

A gente não se preocupou com isso, porque temos uma história de abordar a questão gay com respeito e delicadeza. E certamente haverá vários personagens homossexuais e nenhum deles vai ofender a chamada “dignidade da família brasileira”.



Eduardo Secco pergunta
Letícia Sabatella e Malu Mader

7. Grande parte da trama de Sangue Bom se desenvolve no bairro da Casa Verde, em São Paulo. A senhora justificou a escolha do bairro da seguinte forma: “A particularidade da Casa Verde é que, além de ser um dos últimos bairros com intensa vida comunitária, é uma área com vida boêmia e musical intensa, temas que serão abordados na novela”. De que forma a vida boêmia e musical está presente na trama, assim como a comunitária? O que podemos esperar do núcleo da Casa Verde que terá, entre outras coisas, Malu Mader vivendo uma suburbana (algo que a atriz não tem feito desde, se não estou enganado, O Mapa da Mina, novela na qual a senhora colaborou). Procede a informação de que Rosemere, personagem de Malu, e Verônica (Letícia Sabatella) irão conquistar o sucesso ao virarem cantoras?



A Casa Verde é um bairro muito familiar para o Vincent, que foi criado no Imirim. E nunca tinha sido cenário de novela (não que me lembre). Sobre as cantoras, Rosemere pode até soltar a voz ocasionalmente, mas a Verônica (através do pseudônimo Palmira Valente) essa sim, é cantora. Mas haverá outras personagens que irão cantar como Marisa Orth, Fafy Siqueira, Cris Nicolotti e Wandi Doratiotto.


* * * 


5 comentários:

FABIO DIAS disse...

PARABÉNS pela excelente entrevista!
:)

Anônimo disse...

Prevejo uma novela de sucesso! Maria Adelaide Amaral e Vincet Villari vão dar um show!!!
Lucas - www.cascudeando.zip.net

André San disse...

Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari arrasaram em Ti Ti Ti. Sem dúvidas, virá mais uma grande novela das sete da dupla pra gente se divertir! Aguardo ansiosamente. Abraço!
André San - www.tele-visao.zip.net

Blog Agora É Que São Eles disse...

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Mensagem enviada pelo autor Alcides Nogueira


queridos,
adorei a entrevista. maria adelaide, como sempre, direta, inteligente, sem rodeios...
parabéns! e o vicent é um grande autor...
bjs,
tide

Raylan disse...

Adoro as novelas da Maria Adelaide Amaral, ela e o J.E.C. são meus autores favoritos. Adorei Ti Ti Ti, e Sangue Bom tem tudo pra ser mais um sucesso.