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sábado, 26 de março de 2011

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Rebelde: entre erros e acertos
por Duh Secco

A nova investida da Record em teledramaturgia ainda não surtiu o efeito esperado pela emissora. A juvenil Rebelde, segunda parceria com a mexicana Televisa, estreou na última segunda prometendo falar com todos os públicos. Mas chega ao seu quinto capítulo sem ter estabelecido diálogo com nenhuma faixa etária.

O primeiro capítulo da saga de seis alunos em um semi-internato foi sonolento. Enquanto os protagonistas eram apresentados, o excesso de efeitos de transição e uma constante divisão de tela (que diminuíram ao longo da semana) afastavam o público adulto que a Record pretendia atrair com tramas como a da Tereza (Cristina Mullins) e Genaro (Edwin Luisi), completamente alheios ao núcleo central (embora a primeira trabalhe no colégio onde grande parte da trama se desenrola).

De terça em diante, a coisa engrenou. Os seis protagonistas foram para o Elite Way, o tal colégio da trama, e os conflitos começaram a surgir. Interesses amorosos, acidentes automobilísticos, e a paixão pela música uniram Roberta (Lua Blanco), Alice (Sophia Abrão), Pedro (Micael Borges) e Diego (Arthur Aguiar). Tomás (Chay Suede) e Carla (Melanie Fronckowiak) permaneceram à sombra dos outros quatro “rebeldes”, embora a moça tenha tido sua bulimia bastante explorada.

Já as paralelas continuaram desconexas. A impressão que temos é que estamos vendo várias novelas dentro de uma só. O problema é que nenhuma dessas novelas causou interesse, ao menos nesse início. O já citado Genaro não faz outra coisa fora servir de escada para um papagaio. Já Tereza vive às voltas com seu ajudante comilão. E o casal cômico Becky (Lana Rhodes) e Vicente (Eduardo Pires), apesar do ótimo texto, sempre vivencia as mesmas situações: ele atordoado com a presença dela; ela sem entender bulhufas. Temos ainda uma socialite falida, Sílvia (Cássia Linhares), que acabou de hospedar a tia Ofélia (Eliana Guttman), em uma das tramas mais inverossímeis da novela. É difícil acreditar que uma pessoa tão arrogante e egoísta quanto Ofélia se sujeite a morar num casarão antigo para ajudar a sobrinha falida a se reerguer.

Em contrapartida, Adriana Garambone, com sua Eva Messi, garante os bons momentos da trama. Foram delas e de Lua Blanco os melhores desempenhos dessa estreia. Destaque também para o novato Arthur Aguiar, que já nos deu as diferentes nuances de seu personagem, o jovem Diego Maldonado, dividido entre a euforia do álcool e a repressão de seu pai, Leonardo (Juan Alba).

Enfim, Rebelde tá aí, com longos meses pela frente, disponíveis para corrigirem seus erros ou destruírem seus acertos. Tudo vai caminhar conforme a audiência corresponder. Nessa primeira semana, os números foram maiores do que os que a emissora costumava marcar no horário, embora ainda distantes do que o alto comando esperava. O texto de Margareth Boury é bom e a direção correta. Pontos positivos e negativos se igualam. Vamos esperar pra ver qual o lado para o qual essa balança vai pender...

2 comentários:

TH disse...

Bela analise, Duh!

Não vi, mas tens gabarito pra fazer um estudo bacana. Sou daquele time que acha que os brasileiros melhoram consideravelmente o texto mexicano, e Margarete tem esse perfil muito bom.

Parabens!

Eddy Fernandes disse...

Particularmente, sou contra essas adaptações chicanas. Acho um desperdício, com tanto texto nacional bom por aí. A própria Boury apresentou duas sinopses e teve que engavetá-las.

Mas já que manda quem pode e obedece quem tem juízo e a autora se viu obrigada a fazer a versão, que pelo menos, apresente um trabalho bacana, uma adaptação digna. E, de verdade, ela não me decepcionou. Inicialmente, algumas modificações me causaram estranheza. Mas agora, no ar, vejo que está tudo bem encaixado.

Concordo com a tua análise, Duh. Principalmente no que tange à Eva Messi. Adriana Garambone é uma atriz de grandes recursos e está arrebentando na comédia. O texto também é um acerto. Adoro os diálogos curtos e debochados da Boury.