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terça-feira, 22 de março de 2011







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Estreia de Rebelde não causa alarde
por Daniel Pepe


Estreou ontem na Rede Record, na faixa das 19h, a adaptação brasileira do original mexicano Rebelde. A autora Margareth Boury e sua equipe imprimiram um ritmo ágil ao primeiro capítulo, sem deixar os acontecimentos atropelados. A ausência de intervalos comerciais, como é de praxe no início das novelas da emissora, e a linguagem videoclipada também contribuíram para que o telespectador não mudasse de canal. Os protagonistas foram bem apresentados e suas histórias aparentemente serão ligadas através do colégio que será cenário da história.

O início do capítulo foi uma menina dançando no palco de uma festa, que de repente é invadida por um sujeito pilotando uma moto. Em seguida veio a legenda identificando que seria mostrado o que aconteceu algumas horas antes. Portanto, logo de cara o telespectador é provocado a pensar qual seria o motivo daquela primeira cena. Não demora muito para entender-se que se trata de um rapaz revoltado com a morte do pai, pela qual jura vingança. É Pedro (Micael Borges), menino pobre que mora com o irmão caçula e a mãe Beth (Cláudia Lira).

Foi introduzida também a história de Roberta (Lua Blanco), focando na sua relação com a mãe Eva (Adriana Garambone), com quem tem pouca diferença de idade. Se por um lado Roberta demonstra ser independente e mais moderna que a mãe, por outro, precisa se render ao fato de ser menor e ainda depender de algumas decisões de Eva. Apesar desse antagonismo entre as duas, a cumplicidade e o companheirismo parecem estar presentes. A chegada do pai, sugerida por um telefonema onde ele requer a guarda da moça, promete acentuar os conflitos do núcleo.

Em contrapartida, Diego (Arthur Aguiar) tem uma relação de submissão em relação ao pai, Leonardo Maldonado (Juan Alba). Por se sentir pressionado a ter um destino profissional com o qual nunca sonhou, encontra refúgio na bebida. Seria uma boa oportunidade para o tema alcoolismo na adolescência ser tratado, de preferência sem didatismos nem exageros.

Esses três jovens personagens ingressarão no colégio Elite Way, instituição que zela por uma rígida educação e é sustentada pelas famílias ricas da maioria de seus alunos. Um deles é Alice (Sophia Abrahão) que já mostra, na recepção à caloura Vitória (Pérola Faria), que essa educação pode não ter os alicerces seguros que os pais dos alunos tanto confiam que tem. Na apresentação ao colégio, Alice convida Vitória para nadar de calcinha e sutiã. Não demora muito para que sejam surpreendidas por Tomás (Chay Suede), que se junta às duas de cueca na piscina. Tomás é neto de Ofélia (Eliana Gutman), que o matricula no colégio na esperança de que receba a educação “vendida” pelo diretor Jonas (Floriano Peixoto), que não liga à mínima para comportamentos rebeldes, desde que as famílias que pagam as polpudas mensalidades não desconfiem.

O capítulo é encerrado com a tal festa da primeira cena, que ocorre no colégio. Alice sobe no palco e realiza um striptease, chocando a todos, especialmente Jonas que se vê em apuros temendo perder a clientela. Quando Pedro chega com a moto, nota-se uma tensão entre os dois, sugerindo um provável envolvimento amoroso. Para completar, o homem a quem Pedro jura vingança pela morte do pai, é Franco Albuquerque (Luciano Szafir), pai de Alice, que chega à festa de surpresa.

Outros personagens também foram apresentados, não tendo ficado perfeitamente clara a ligação entre todos e as histórias. Mas nada que tenha comprometido o que foi importante de passar nessa estreia: a apresentação dos protagonistas com seus conflitos principais. A audiência de 9 pontos foi pouco expressiva, apesar do sorteio realizado no final do capítulo, que deu um automóvel e cinco notebooks a quem respondesse corretamente que fora mostrado algumas vezes no vídeo um avatar pequeno de Roberta.

Um comentário:

Eddy Fernandes disse...

Assisti o capítulo pelo YouTube.

Houve um exagero na linguagem de clipe. É uma pretensão tão grande em parecer ágil, moderninha. Acabou me cansando.

Mas vamos dar tempo ao tempo. O texto da Boury é ótimo. Particularmente, adoro aqueles diálogos curtos.

O elenco jovem é engessado, mas não compromete. Que bom ver Cristina Mullins de volta às novelas.