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ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

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sábado, 14 de maio de 2011



 
Guilherme Staush
entrevista

CLAUDIO LINS


 


Claudio Werner Vianna Lins é ator de teatro e TV, músico (já gravou dois cd's) e apresentador, além de já ter feito trabalhos de direção.

Aos 38 anos, o ator enfrenta o desafio de viver aquele que talvez seja o personagem mais forte e polêmico de sua carreira: O militar José Guerra na novela "Amor e Revolução", escrita por Tiago Santiago, e exibida pelo SBT.

Claudio também pode ser visto na reprise de "Uma Rosa com Amor", levada ao ar pela mesma emissora, além de integrar o elenco da minissérie "Natália", atualmente em exibição na TV Brasil.

O ator atendeu prontamente ao pedido de entrevista feito pelo "Agora". Muito educado e gentil, demonstrou bastante segurança e firmeza ao responder cada pergunta.




Entrevista elaborada por Guilherme Staush.


1-  Na maioria das reportagens que lemos sobre você, na própria apresentação do ator, aparece sempre uma nota lembrando o fato de você ser filho de Ivan Lins e Lucinha Lins, mesmo depois de quase 30 anos de carreira (desde a sua estreia na peça “Sapatinho de Cristal”, aos 11 anos). Em que momento na sua trajetória artística, ou em qual trabalho exatamente você sentiu que o sobrenome Lins havia deixado de ser um peso, e que você pode respirar aliviado e dizer: “estou aqui pelo meu talento e não por causa do papai ou da mamãe”? Ou esse peso nunca existiu?
Sempre tive a sensação de que o sobrenome me abre algumas portas sim. Mas nunca tive a sensação de que elas ficaram abertas por isso. Ou seja, no final das contas, acho que não carrego mais ou menos peso do que ninguém nessa profissão. Me orgulho dos meus pais, nunca nego a minha filiação, mas sei que o meu caminho é só meu, e depende só de mim. Afinal, eu sempre fui - e sempre serei - filho deles. Pra mim, é normal.
  
2-  Apesar da relação intensa com a música, ser instrumentista e compositor, o público conhece bem mais o ator. Você direcionou sua carreira para esse lado ou aconteceu naturalmente? Por que apenas dois cd’s lançados, e com um espaço de dez anos entre eles?
Aconteceu naturalmente (se bem que nada é por acaso, né?). Nunca me vi direcionando minha carreira dentro de um plano perfeito. Não sei se isso é bom ou mal, mas tem sido assim. Mas é claro que nem tudo é "vida leva eu". E os dois cds  que eu lancei- UM e CARA - são um bom exemplo disso. Os dois são projetos meus, produzidos por mim, e são resultado de uma necessidade de expressão artística. E o fato de terem 10 anos de distância um do outro não significa que não fiz música nesse período. Apenas não vivi de música.
  
3-  Você já fez novelas na Globo (História de Amor), na Record (Tiro e Queda), na Band (Perdidos de Amor) e no SBT (está no ar com Amor e Revolução), sem contar a experiência na emissora portuguesa RTP. O que ficou de positivo e de negativo em trabalhar em cada uma delas?
A Globo é o olimpo da teledramaturgia brasileira, com grande profissionalismo e knowhow. É maravilhoso trabalhar lá. Mas essa experiência com produções independentes ou de baixo orçamento também me deu um panorama bem interessante sobre o que funciona e o que não funciona em televisão. E aprendi que, nesse meio, profissionalismo é algo de muito valor. Até mais que talento. 

4-  Em entrevista para a revista Mensch, você declarou que “tira o chapéu para os mocinhos Paola e Eriberto de Insensato Coração, pois fazer o mocinho pode ser muito ingrato”. O que você quis dizer com isso exatamente? Você acha que na teledramaturgia atual as histórias paralelas são mais interessantes do que a do núcleo principal, que envolve os protagonistas?
Isso não é logicamente uma regra. Boas estórias podem ser escritas para todos os tipos de personagens. Mas existe uma tendência dos clichês estarem na boca dos protagonistas. Ou de eles serem meio idiotas, não vendo o que todo mundo vê... E às vezes, defender um personagem assim, calcado numa moralidade quase inverossímil de tão pura, pode ser uma missão árdua! Mas isso é da natureza do folhetim, né?
5-  Lendo algumas entrevistas tuas, observei que você gosta de assistir novelas, o que não deixa de ser raro para um ator. Quais as novelas que mais te interessaram nas últimas décadas e por quê?
Na verdade, assisto pouca novela. Assistia mais quando era mais novo. Algumas me marcaram muito: "Roque Santeiro", "Guerra dos Sexos", "Bebê a Bordo", "Renascer", "Pantanal", "Vale Tudo". Nos últimos tempos, a novela que mais me chamou a atenção foi "A Favorita". Trouxe uma dinâmica diferente, mostrando que o formato ainda pode evoluir e ganhar fôlego. E "Cordel Encantado" é simplesmente linda!
  
6- Como foi a experiência de viver o Claude na adaptação de Tiago Santiago para “Uma Rosa com Amor”, de Vicente Sesso? Quais foram as dificuldades em trabalhar com um personagem que tem sotaque francês? E como foi o reencontro com Carla Marins quinze anos depois de vocês atuarem juntos em “História de Amor”?
O Claude foi, sem dúvida, uma grande oportunidade pra mim. Um presente, que eu abri com muito prazer. O sotaque veio mais fácil do que eu imaginava, e me deu a oportunidade de fazer comédia na TV, coisa rara na minha carreira. E o reencontro com a Carla foi incrível. Ela é uma grande atriz, grande amiga, e é um prazer bater bola com ela. 
  
7-  A novela “Amor e Revolução”, da qual você é protagonista, está sendo uma grande aposta do SBT e tem recebido um tratamento todo especial: direção do experiente Reynaldo Boury, ótimos nomes no elenco, e uma história forte e interessante a ser contada sobre o momento político mais dramático do nosso país. No entanto, os índices de audiência têm decepcionado. Como você avalia isso? Como telespectador, o que você acha que pode estar desagradando o público e o que poderia ser mudado?
Essa preocupação com a audiência não perpassa - ou não deve perpassar - o trabalho do ator. Portanto, foco no meu trabalho e deixo a audiência pro pessoal do ar-condicionado! Mas é claro que torço para os números subirem, e para que a novela seja um sucesso. Estamos falando de um tema importante pro país.

8-  A principal reclamação dos internautas sobre a novela “Amor e Revolução” - e isso é quase unânime nas principais comunidades de teledramaturgia das redes sociais - é o texto extremamente didático do autor Tiago Santiago. Por muitas vezes o telespectador tem a impressão de estar assistindo a uma aula de história sobre o período da ditadura, mais do que a uma telenovela. O que você pensa sobre isso?
Eu não penso! Eu decoro, estudo e reestudo o texto, amacio um pouco se for preciso, e digo com a maior naturalidade e verossimilhança. Esse é o meu trabalho. Se as pessoas, além de se emocionarem, aprenderem um pouco mais da história do Brasil, então prefiro "pensar" que estamos no caminho certo.

***

Fotos:
e fotos de divulgação do SBT.



 

16 comentários:

Mauro Barcellos disse...

A melhor coisa da novela Amor e Revolução , sem dúvida, é o trabalho do Claudio Lins. Está ótimo como o militar apaixonado.
Foi bem sensato nas respostas.

Anônimo disse...

Parabéns ao blog! Ótima entrevista.
Gostei das respostas dele, embora tenha ficado um pouco em cima do muro na última..rs
Mas é bom ser diplomático mesmo.

Kleiton Alves Hermann disse...

Ele tem uma ótima química com a Carla mesmo. Adorava os dois em História de Amor. Uma pena não terem ficado juntos.
Em Uma Rosa Com Amor isso se repetiu. Mas nesta novela agora não vi muita química com a Graziela, nao.

Bruna Batista disse...

O melhor trabalho do Claúdio foi Uma Rosa com Amor, muito boa a novela!!!

Anônimo disse...

Adorei a entrevista!
Cláudio Lins, gosto muito de você!
Gosto da novela "Amor e Revolução".
Um abraço.
Karen

Carliane disse...

Como sempre esbanja sua inteligência e "diplomacia" em suas respostas.
Pra mim Amor e Revolução tá sendo, sem dúvida alguma, uma novela sensacional! Tou adorando saber mais desse tempo conturbado e oculto da nossa história e brilhantemente contado pelo Tiago Santiago e atuado pelo Claudio Lins e todo elenco.

Fernando Oliveira disse...

Cláudio Lins é um bom ator, além de cantar muito bem. Admiro o trabalho dele na música e destaco a novela História de Amor como o trabalho dele que eu mais gostei.

Juliano G. Bonatto disse...

Gosto muito do trabalho do Cláudio. Pude ver Esmeralda agora quando reprisou, e adorei ver o ator atuando junto da mãe. Espero que ele faça muito sucesso em Amor e Revolução. Parabéns pela ótima entrevista.

rosamoreno disse...

Hum! eu só assisti mesmo com o Claudio Lins (muso), URCA, que foi um verdadeiro espetáculo, parabéns. A&R, ainda não vi nenhum capítulo, penso que o tema deveria ser tratado num seriado apenas (aqui teria sim audiência). O elenco é super talentoso, desejo sucesso de coração a todos. Mas sinceramente rever a ditadura não me enche os olhos não. Já me posicionei sobre o assunto no blog do muso.
Bjoocas no coração.
Rosângela Moreno.

Letícia Momesso disse...

Pra mim Amor e Revolução tem sido um aprendizado para minha vida. Poder saber hoje com muitos detalhes como foi aquele tempo difícil do nosso País. Em relação ao Cláudio ele é um excelente ator, está fazendo um ótimo trabalho na novela, sem contar que todas as novelas que ele já fez ele sempre interpretou muito bem. Por isso virei uma fã dele, pois ele não é só mais um ator, ele tem sim o dom de interpretar, e para nós ver os personagens dele é muito bom. Uma Rosa com Amor também foi uma novela maravilhosa! Desejo muito sucesso a novela Amor e Revolução e ao ator e cantor Claudio Lins!

Anônimo disse...

Otima reportagem e fico impressionada da postura do Claudio Lins.sempre muito educado, sensato.amo seus trabalhos.sou sua fã.estou aocmpanhando A&R e Natalia elógico q sempre mato a saudade da URCA neh!Bjus lindo.sucesso sempre.que Deus ilumine cada vez mais seu caminho.

Annie Wallker disse...

Adoreeeeeeeeei essa entrevista!!!!!!!!!
SEm comentários perfeita!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Gosto do ator, mas nao gosto da novela. Preferia que ele estivesse na Record.

Anônimo disse...

Gostei da entrevista,perguntas claras e respostas seguras. Acompanho a carreira do Claúdio a nuito tempo, torço para que tenha sempre muito sucesso.
Gisele

Anônimo disse...

Claudio, você é ótimo, a novela "Amor e Revolução" deveria ser um marco na dramaturgia brasileira, nunca vi tanta veracidade em uma novela, chega a ser chocante, mas é necessário relembrar o que aconteceu para que nao aconteça novamente! Parabéns por seus trabalhos Claudio!

Anônimo disse...

Essa novela A&R é ótima, apesar da violência explícita... mas o elenco principal é muito bom, a história é ótima e acho que é um tipo de novela que não serve mesmo para quem gosta de BBB. por exemplo e outros programas semelhantes,, é uma história real que aconteceu em nosso país.. parabéns ao SBT, ao TS e ao elenco....