Vai e vem
por Duh Secco
O bom filho a casa torna. Sem dúvida, é este o ditado que melhor define o momento atual da teledramaturgia brasileira, marcado pelo regresso de atores ditos globais para as novelas da emissora, após um período na concorrente Record.
Os casos mais conhecidos são os de Márcio Garcia, Gabriel Braga Nunes, vilão de Insensato Coração, Lavínia Vlasak, que participou da mesma novela, e Marcelo Serrado, já confirmado em Fina Estampa. Esses nomes deram adeus ao Projac ao migrarem para a Record, que lhes ofereceu a oportunidade de crescerem profissionalmente, encarando personagens que dificilmente conquistariam enquanto faziam parte do segundo escalão global (no caso de Márcio, ofereceram um programa de auditório semanal, antigo sonho do ator/apresentador). Após grandes chances no Recnov, os quatro se acertaram com os Marinho e fizeram o caminho de volta.

O fluxo de atores entre os dois canais revela mudanças significativas no perfil das duas emissoras. A Globo, que antes fechava as portas em definitivo para quem resolvesse sair, agora se mostra mais receptiva do que nunca. Mudou sua política interna e aboliu o período de geladeira pelo qual o ator era obrigado a passar, para ter sua imagem desvinculada da antiga emissora. Acena também com personagens importantes na narrativa de suas novelas, diferente do que costumava fazer anteriormente, quando os egressos eram encaixados em coadjuvantes e demoravam a conseguir um espaço maior na emissora. Mais: está permitindo-se negociar com atores cujo contrato ainda está em vigência, caso de Milhem Cortaz, e passou a oferecer cifras maiores do que os mesmos ganhavam na concorrente.
Para os atores, certamente, é muito mais lucrativo um personagem mediano na Globo do que um bom na Record. Quem está no Projac,tem mais visibilidade. Além disso, a emissora possui um enorme espaço em sua grade, destinado a teledramaturgia, o que possibilita um movimento maior de seus contratados. O planejamento da emissora também ajuda. Já na Record, a teledramaturgia se restringe a dois horários de novelas. Novelas, aliás, que podem se arrastar por anos. Quem não se lembra da saga dos Mutantes? O acordo com a Televisa também limitou a produção do Recnov a textos mexicanos, o que afasta ainda mais os bons nomes da emissora.
A nós, telespectadores, resta aguardar e conferir quais serão os próximos nomes a transitar entre Globo e Record...
2 comentários:
eu pessoalmente gosto quando há mais opções, pois há tantos atores sem trabalho que a Globo não consegue absorver!O que acho chato às vezes acontecer do ator se destacar na Record e a Globo notá-lo e apostar as fichas em algum papel diferente.É bom que se(re) descubra talentos mesmo assim.
O Marcelo Serrado e o Gabriel Braga Nunes certamente vão encontrar bons papeis na Globo. O problema é um ator como o Petrônio Gontijo, por exemplo. Esse jamais vai ter as oportunidades que teve na Record. O mesmo vale para o André Bankoff, que tinha o posto de protagonista nas novelas da Record, e agora faz um papel pequeno em Morde e Assopra. Esse perdeu muito trocando de emissora
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