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quinta-feira, 5 de maio de 2011







VIDAS EM JOGO
Mesmo sem grandes surpresas, a novela da Record promete agradar.


por Guilherme Staush



“Vidas em Jogo”, novela escrita por Cristianne Fridman e dirigida por Alexandre Avancini estreou ontem pela Rede Record, registrando 11 pontos de audiência em pouco mais de uma hora de exibição, sem intervalos. A trama não apresenta exatamente um protagonista, mas várias histórias em núcleos de igual importância, sendo que o grande protagonista é o bolão da loteria que vai unir seus dez ganhadores, como faz questão de explicar a autora da novela, já entrevistada por esse blog (Ler entrevista).

O capítulo inicial apresentou um pouco de tudo, misturando os ingredientes básicos para conquistar telespectadores de todos os gostos: atores jovens e bonitos em sua maioria, uma vilã que já mostrou a que veio, cenas sensuais, muita música e dança, e até um cachorrinho que faz graças. Claro, não faltaram as tradicionais cenas de ação, requisito básico para uma novela da emissora. Já nos primeiros minutos, Francisco (Guilherme Berenguer) encontra-se nos Lençóis Maranhenses em busca dos irmãos perdidos, e é perseguido por dois jagunços do dono das terras onde se encontra. Um pouco depois, Ivan (personagem do ótimo Silvio Guindane) é também perseguido pelas ruas por um agiota, a quem deve muito dinheiro. Na seqüência, a taxista Andrea (Simone Spoladore) é agredida por um grupo de colegas taxistas (!?) por pegar um passageiro no ponto deles.

O capítulo cumpriu com o trivial: apresentou bem as personagens, seus conflitos e suas aspirações, desde a mais simples à mais ambiciosa. A gordinha Margarida (Amandha Lee)  sonha em ganhar uma bolada na loteria para fazer  uma lipoaspiração e conquistar o homem dos seus sonhos. Em contraponto, a ambiciosa Regina (Beth Goulart) não mede esforços para despejar os moradores de um prédio velho do qual ela é proprietária na base da violência. Uma atitude pouco justificável, pelo menos até o encerramento do primeiro capítulo. Beth é uma ótima atriz, mas parece que ainda não encontrou  o ponto de equilíbrio da personagem, que oscila entre a vilã caricata e a mãe amorosa e dedicada. O tom formal dado pela atriz nas cenas de vilania ficou um pouco artificial. Se a ideia era reduzir o tom maniqueísta da personagem, por vezes pareceu que víamos duas personagens diferentes em cena, e interpretadas por duas atrizes distintas.

O grande diferencial de “Vidas em Jogo” é a impressão de estarmos vendo personagens bem construídos, de carne e osso. Percebe-se que todos têm uma presença justificável na novela, uma história interessante a contar, o que pode deixar a trama bem movimentada já nos capítulos iniciais. E esse excesso de peças no tabuleiro pode dar várias opções à autora, caso algum personagem desagrade o público.
Vale destacar os bons desempenhos dos personagens que formam o triângulo principal: Guilherme Berenguer, Julianne Trevisol e Taís Fersoza, que coincidentemente pode ser vista como filha de Beth Goulart também na reprise de “O Clone”, na Globo.
É ótimo, também, poder ver a atriz Lucinha Lins fazendo uma mulher simples, bem diferente das elegantes  Ísis Campobello e Vilma Oliveira Santos, personagens das novelas “Vidas Opostas” e “Chamas da Vida”, respectivamente. Da mesma forma que é um alívio ver Betty Lago deixando os vestidos de griffe de lado para trajar um humilde uniforme de doméstica.

Ponto positivo para a boa direção de Alexandre Avancini e para a ótima trilha sonora, que inclui: É, de Gonzaguinha (tema de abertura); Aprendendo a Jogar (com Elis Regina); Do Leme ao Pontal (na voz de Tim Maia); Noturno Carioca (com Erasmo Carlos), entre outros.



4 comentários:

RÔ_drigo disse...

Novela bem gostosinha,mas com cenas de tirar o folego como mtas novelas da Record,com um elencaço feminino... E um bom elenco masculino tirando um ou outro!!
E uma vilã bem maternal, caracteristica frequente na Fridman se compararmos com Chamas ñ??!
Bom,vale apena uma espiada pra qm ainda ñ viu!

Juliano G. Bonatto disse...

Gostei do início da novela. O capítulo de ontem estava ótimo. A novela tem um Quê de Maneco. A cena da Beth Goulart com a Taís Fersoza foi bem legal.

Fernando Oliveira disse...

Eu não consigo digerir as novelas da Record. A começar pelas aberturas, curtíssimas e mal acabadas. Um elenco repetido e texto cansativo. Dá uma ligeira impressão que estamos assistindo alguma outra novela que já foi exibida na emissora.

edu vieira disse...

A novela tem estado bem legal...a história dos vários personagens é interessante e já mostra o que pode advir daí...já houve a quebra do pacto feito quando eles pensavam que o sonho estava longe.