T U C A A N D R A D A
Seu primeiro papel de destaque na TV foi o bandido Ladislau em O Dono do Mundo. Ao longo de sua carreira vieram alguns outros personagens do mau, como o delegado Barromeu de Fera Ferida, o Danilo de Era Uma Vez, o Eric de Caminhos do Coração e mais recentemente, o temido Zóio-Furado de Cordel Encantado.
Mas nem só de vilões vive a carreia do grande ator Tuca Andrada, que também já deu vida ao desastrado Nicolau, de As Filhas da Mãe, ao comunista Homero, de Cidadão Brasileiro, e ao policial incorruptível Téo, de Poder Paralelo.
O ator, que aguarda a estreia da minissérie Dercy de Verdade, onde interpreta Augusto, enquanto está em cartaz em São Paulo com a peça "Seis Aulas de Dança em Seis Semanas", com a atriz Suely Franco, concedeu uma entrevista exclusiva ao "Agora".
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Guilherme Staush pergunta
1- Quando foi que José Ivaldo Gomes de Andrade Filho virou Tuca Andrada? É apelido de infância ou nome artístico? Quais as melhores recordações que você tem de sua infância, em Recife?
Tuca é meu apelido de infância. Ninguém me chama pelo meu nome. Quando tive que optar por um nome artístico, escolhi esse. O Andrada vem do meu nome mesmo, que é na verdade Andrade, mas achei que a junção dos dois nomes ficava legal. Minhas lembranças de Recife na minha infância são as melhores possíveis. Fui criado na praia, por isso meu apego ao mar. Foi uma infância muito feliz. Fui criado com muita liberdade, solto, coisa impossível para uma criança nos dias de hoje.
Duh Secco pergunta
Tuca em "As Pupilas do Senhor Reitor" (1994/1995). |
Um ator tem que estar preparado para todos os tipos de personagens que é oferecido, seja mocinho ou vilão. Gosto de variar sempre, mas tenho tido muitos papeis de vilões, o que não me desagrada de maneira nenhuma. O público reagiu muito bem e ficou feliz de me ver em um trabalho diferente dos que já tinha feito. A temporada no SBT foi uma fase ótima da minha carreira, trabalhei com elenco maravilhoso e a novela era muito bem cuidada. Fui muito bem tratado lá e guardo ótimas lembranças.
Duh Secco pergunta
3- Na época de Da Cor do Pecado, você declarou que fora aconselhado pela diretora Denise Saraceni a não carregar as tintas no mau-caratismo de seu personagem, Kaíke, pois o mesmo teria uma mudança de comportamento ao longo da trama. Como é iniciar um trabalho sem saber direito o que o espera e administrar essas mudanças no perfil dos personagens?
Novela é assim mesmo, a gente nunca sabe onde o personagem vai parar. É preciso estar aberto para qualquer virada do mesmo. Nessa ainda tive a sorte da diretora me avisar, o que me fez ter mais cuidado na composição.
Reynaldo Gianecchini, Giovanna Antonelli e Tuca Andrada: triângulo amoroso em "Da Cor do Pecado" (2004). |
Guilherme Staush pergunta
4- Um jornalista comunista em Cidadão Brasileiro, um lobisomem em Caminhos do Coração, e um policial incorruptível em Poder Paralelo foram os seus trabalhos na Rede Record. O que é mais importante para o ator: um personagem bem popular, que tem uma grande receptividade do público, como o Eric de Caminhos do Coração ou um personagem mais denso e mais instigante como o Homero de Cidadão Brasileiro ou o Téo de Poder Paralelo?
Acho que o mais importante para um ator é ter um bom personagem na mão. Se ele vai ser popular ou não é outra estória, não podemos pensar nisso enquanto atuamos. Ser popular é uma consequência.
Duh Secco pergunta
5- Você passou um período atuando nas novelas da Record, sempre sujeitas a esticamentos e investidas da alta direção da emissora, o que dificulta, para o ator, a conciliação de projetos em outras áreas, como cinema e teatro. Isso contribuiu para a sua saída da emissora? Qual o balanço final do período em que passou lá?
Tuca em "Cidadão Brasileiro" (2006). |
Guilherme Staush pergunta
6- “Quando o ator diz o texto o mais próximo possível do que a gente escreve e mantém as intenções propostas, a minha vontade é de ajoelhar e agradecer. Mas quando o ator entra na viagem dele e diz o que bem entende e faz o que bem entende, a minha vontade é de atirar a televisão pela janela.”
Esta frase foi dita pelo autor Vincent Villari, em recente entrevista ao blog “No Mundo dos Famosos”. Já aconteceu de você captar as intenções do autor, mas ainda assim entender que seu personagem devesse andar por um outro caminho, ou então autor e diretor quererem coisas diferentes com relação ao seu personagem? O que fazer nessas situações?
Sempre respeito o que o autor escreve e o que a direção me pede, mas também sugiro coisas e posso até propor alguma mudança. Mas claro que há vezes que o que você imagina é diferente do que te pedem, aí acho que o melhor é sentar, conversar e encontrar um denominador comum. Não vejo outra maneira de solucionar isso.
Guilherme Staush pergunta
7- Recentemente entrevistamos a autora Maria Adelaide Amaral e a atriz Fafy Siqueira aqui no blog, focando a entrevista na minissérie Dercy de Verdade. O que você poderia nos adiantar sobre sua participação como Augusto e as gravações da minissérie?
Tuca em cena da minissérie "Dercy de Verdade", que estreia em janeiro. |
As gravações tem corrido da melhor maneira possível. Jorge Fernando, o diretor, é uma pessoa que deixa o astral no set sempre pra cima. Já fiz muitas coisas com ele na TV e no Teatro e é sempre um grande encontro o nosso. Além do mais, o texto da Maria Adelaide é muito preciso e enxuto, fazendo um belo retrato de Dercy, que teve uma vida pra lá de movimentada.
Guilherme Staush pergunta
Tuca no musical "Orlando Silva, o Cantor das Multidões". |
Seis Aulas de Dança em Seis Semanas não é um musical, apesar do título e dos atores que fazem, é uma comedia. A dança é o motivo para o encontro de dois personagens bem distintos. É através da dança que eles se conhecem. Gosto de fazer musicais, sempre gostei de cantar e já fiz alguns que me orgulho muito, mas não me considero um ator exclusivo de musicais.
BATE-BOLA com Tuca
Uma novela inesquecível: Roque Santeiro.
Um livro para reler sempre: qualquer um do Manuel Bandeira.
Um vilão/vilã inesquecível da TV: Odete Roitman.
O mais difícil da profissão de ator é ... Não desistir nunca, pois as dificuldades são muitas.
Um afago e uma punhalada nas costas: As punhaladas eu tento esquecer. Todo dia sou muito acarinhado pela minha companheira de trabalho, Suely Franco.
Minha primeira memória televisiva é ... A novela Irmãos Coragem.
Se pudesse mudar algo em mim ... Acho que a gente sempre tem que tentar melhorar, mas não sei se mudaria alguma coisa na minha estória, gosto do jeito que ela está sendo contada.
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7 comentários:
pode dizer que ele é lindo? pronto, fora o fogo...acho ele um ator muito consciente do que faz, seja um papel maior como o Caíque ou um menor como o Zóio ou um absurdo em Caminhos do Coração. Acho sempre bom ver um trabalho dele na tv..a gente acredita sempre na história que ele conta. Outro elogio: ter escolhido a Suely Franco de parceira, uma das minhas atrizes preferidas.
Gosto muito de seu trabalho e espero vê-lo num papel de maior destaque numa trama global. Marcado por vilões, Tuca também se vira muito bem quando defende 'mocinhos'.
Além de todo esse talento, ainda é uma delícia.
Ótimo ator e a peça Seis Aulas é muito boa! Recomendo. Suely e Tuca estão ótimos.
Bjs
Espero que ele tenha boas oportunidades na Globo, assim como teve na Record. Uma pena ele não fazer a próxima novela do Lauro, certamente teria um ótimo personagem.
É um grande ator, injustiçado às vezes, mas que sempre soube passear muito bem por todas as emissoras de tv. Como poucos.
Grande ator e sempre em papéis marcantes! Curti muito o delegado que ele interpretou em "Fera Ferida"! Era muito engraçado vê-lo em cena com a Joana Fomm! Tuca, vida longa pra você na telinha! Os telespectadores agradecem!
Tuca é ótimo ator e foi muito bem aproveitado na Record. Fez 3 trabalhos ótimos. faço coro para que tenha as mesmas oportunidades na Globo.
Abraço!
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