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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Férias no sofá
Programação das TVs no início do ano se diversifica cada vez mais

por Duh Secco



Foi-se o tempo em que janeiro, para a TV brasileira, era sinônimo de reprises. As emissoras agora preparam um arsenal de estreias logo para o início do ano, na tentativa de fisgar o telespectador que passa as férias em casa, tendo a TV como opção de entretenimento.


Dentre estas atrações, se encontra o já tradicional programa de começo de ano, Big Brother Brasil, já analisado aqui no blog pelo meu amigo Guilherme Staush. Em sua terceira semana de exibição, o programa já dá sinais do desgaste causado pela repetição dos tipos apáticos que tem habitado, nas últimas edições, a casa mais vigiada do Brasil e agora também a mais policiada, como o apresentador Pedro Bial declarou dias atrás, numa clara referência ao episódio envolvendo os participantes Daniel, já expulso, e Monique. O suposto caso de estupro repercutiu além do previsto pelo diretor da atração, Boninho. E gerou um debate não só com relação ao suposto ato criminoso, como também pela falta de ética da equipe responsável pelo programa, encarregada de minimizar a repercussão do vídeo que gerou tantos comentários nas redes sociais.


Boninho, realmente, não está em um bom momento. Sua investida no Vídeo Game Verão, apresentado nas tardes globais por um inexpressivo André Marques, não surtiu efeito. Após um início promissor, que ajudou a atual temporada de Malhação a alcançar índices que ainda não haviam sido atingidos, o programa caiu vertiginosamente e foi retirado do ar três meses antes do previsto. Grande parte do insucesso pode ser atribuída aos convidados, subcelebridades dispostas a pagar os micos propostos nos quadros do programa, e ao ritmo morno da edição.


Diferente do BBB e do Vídeo Game Verão, a minissérie Dercy De Verdade cumpriu bem sua missão no ar. Trouxe qualidade e conquistou a audiência ao retratar a vida e obra de Dercy Gonçalves. No texto, trechos retirados quase que integralmente da biografia da atriz, escrita por Maria Adelaide Amaral, mesma autora da minissérie. O roteiro propiciou bons momentos a Heloísa Perissé, que não soube aproveitar todas as nuances da personagem, diferentemente de Fafy Siqueira, a responsável pelos melhores momentos da trama. Dercy Gonçalves reinou absoluta, com suas intervenções, através de áudio, fotos e vídeos de sua carreira. Entretanto, a direção de Jorge Fernando pesou a mão, com truques de edição que acabaram tornando os capítulos um tanto quanto cansativos.


O Brado Retumbante foi um acerto de texto, direção e elenco. A trama do deputado Paulo Ventura (Domingos Montagner), homem honesto que assume a presidência da República, enfrentando a corrupção e a desonestidade de seus companheiros em meio a transtornos em sua vida pessoal, é mais um ponto positivo na carreira de Euclydes Marinho e do competente Ricardo Waddington, que ainda tem o mérito de revelar novos talentos a cada trabalho com sua assinatura. Destaque também para Maria Fernanda Cândido, como a primeira-dama Antônia, dividida entre o apoio político ao marido e sua intolerância às traições do mesmo e a abordagem do transexualismo, por intermédio de Julie (Murilo Armacollo).

Outra minissérie, desta vez na Record, impressiona pela produção caprichada, a melhor dentre todas as tramas bíblicas já produzidas pela emissora nesta época do ano. Rei Davi tem ainda efeitos especiais de impressionar, como o urso que o jovem Davi (Leandro Léo) enfrentou no primeiro capítulo, e outros de dar vergonha, como o que Davi faz rolar uma pedra sobre o tal urso. O alto investimento (em torno de 1 milhão de dólares por capítulo) resultou em satisfatória audiência, chegando a derrotar a Globo. Entretanto, a trama sofre com um roteiro confuso e uma sucessão de acontecimentos atropelados, o que dificulta o entendimento da saga do pastor de ovelhas que se tornou rei.


A produção de Corações Feridos, a nova novela do SBT, também é interessante, bem como seu texto. Este, entretanto, fica a mercê de atores ruins. São poucos ali que sabem aproveitar os diálogos. A mocinha, Amanda, vivida por Patrícia Barros, não passa emoção ao telespectador. Bem como seu eterno apaixonado, Vítor (Victor Pecoraro), o mesmo do inexpressivo Rubinho, de Aquele Beijo. Vale a pena conferir, entretanto, o trabalho de Cynthia Falabella, como a vilã Aline, e de Flávio Tolezani, o mocinho vingador Eduardo.


O SBT também renovou sua linha de shows. Ressuscitou antigas atrações, como o Astros, agora com o subtítulo de Nova Geração, encarregado de preencher o espaço antes ocupado por Qual é o Seu Talento, impedido de ser produzido em virtude de um processo de plágio movido contra a emissora de Silvio Santos. Trouxe também novidades, como o Cante se Puder, programa onde o calouro é submetido a diversos desafios enquanto canta, muito bem conduzido por Patrícia Abravanel e Márcio Ballas. Novidades também na Band, com Mulheres Ricas, um show de futilidades, estrelado por cinco socialites, que fez barulho nas redes sociais e acabou repercutindo até mesmo no exterior.

Enfim, atrações neste começo do ano é o que não faltam. Restam aos telespectadores conferir e escolher o que querem acompanhar.





3 comentários:

Lucas disse...

Ano começou bombando! Duas ótimas minisséries na Globo, As Brasileiras, Mulheres ricas na Band repercutindo. Gostei do que falaram sobre "Corações feridos", a novela não é ruim como o pessoal adora julgar. Há atuações equivocadas que realmente comprometem. Rei Davi consolida a Record nas minisséries bíblicas e o Vídeo Game de Verão ficou devendo. Abraço!
Lucas - www.cascudeando.zip.net
@cascudeando

Fernando disse...

Mulheres Ricas, um show de futilidades que deu certo!

Sr. W disse...

O Brado retumbante.. que falta voce me faz!!!!

Mulheres ricas, com uma proposta totalmente diferente, me conquistou no inicio, mas agora já nao me prende. Alias, vou falar sobre isso, inclusive sobre o papel quase antropologico que este reality cumpre, mesmo com as pessoas insistindo em classifica-lo como apenas futil ou até inutil!

tvporsenhorw.blogspot.com