Somos amantes da teledramaturgia. Respeitamos a arte e a criação acima de tudo. Nosso profundo respeito a todos os profissionais que criam e fazem da televisão essa ferramenta grandiosa, poderosa, que desperta os mais variados sentimentos. Nossa crítica é nossa colaboração, nossa arma, nosso grito de liberdade.



ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

Free DHTML scripts provided by Dynamic Drive

sábado, 31 de março de 2012



E L  I  Z  A  B  E  T  H
S  A  V  A  L  A










Na terceira parte da entrevista, Elizabeth Savala nos conta sobre os filhos Diogo e Thiago, este que teve sua estreia ao seu lado em Quem É Você?. Savala também nos fala sobre a influência de Roberto Talma em sua carreira, os conflitos com a Censura, e a parceria com Janete Clair e Tony Ramos.






PARTE 3 - Os filhos e os grandes amigos: Thiago Picchi, Diogo Picchi, Roberto Talma, Janete Clair e Tony Ramos.


por Duh Secco


ROBERTO TALMA
Juntos desde o início


Roberto Talma: parceiro desde Gabriela.
Quando o Tiago mexeu pela primeira vez na minha barriga, foi numa cena de beijo com o Ney Latorraca, no Grito. O Tiago deu um chute tão grande que o Ney sentiu e falou “ah, esse menino, ele me chutou! só pode estar com ciúme!”. Aí, o Talma parou a gravação e deu lanche, comemos bolo pra comemorar que o meu filho tinha mexido pela primeira vez na barriga. Depois, o Talma saiu da Globo, acho que foi pra Bandeirantes. E quando ele voltou, no Pai Herói, eu pedi pro Boni, pra por favor, colocá-lo pra dirigir as minhas cenas, que eu ficava muito mais à vontade com ele, que eu já conhecia, já tinha intimidade. Ele acabou ficando como diretor geral da novela e dirigiu todas as minhas cenas com o Tony. O Talma estreou também na Gabriela. Ele era assistente de direção e acho que fazia também a edição, se não me engano. E foi ele quem me mostrou as músicas que eram do personagem, do Quarteto em Cy e o Coração Ateu, da Bethânia. Ele me explicou o negócio de cruzar a câmera, me ensinou algumas coisas.


A CENSURA
Cenas para driblar a vigilância dos militares


Janete Clair: fada madrinha.
Com o Talma, em Pai Herói, eu e o Tony fomos pra Bariloche. Foi ótimo! Fizemos muitas cenas pra enganar, simulando quase sexo. Aí a censura ficava doida, cortava, e deixava ir pro ar as coisas que a gente queria, nos diálogos. Era bom enganar a censura, né? O Dias foi muito perseguido. Janete também. Houve um dia, no Astro, que eu e o Tony íamos ter que chegar às dez horas da manhã no estúdio. Aí ligaram e pediram para estarmos lá na Cinédia, seis horas da manhã, para fazer o casamento dos dois, porque o par romântico não podia morar junto já que não eram casados. Então tivemos que inventar um casamento, entramos os dois na igreja, trocamos aliança na frente de uma imagem qualquer, pra poder inserir essa cena no capítulo que ia ao ar à noite. Essa cena foi criada pela Janete por causa da censura. Porque era assim “se não fizer agora, o capítulo não vai pro ar hoje”.


JANETE CLAIR E TONY RAMOS
Parcerias de sucesso


Ao lado de Tony Ramos:
sintonia em cena.
A Janete foi uma pessoa extremamente importante pra mim, na minha vida profissional. Eu costumo dizer que eu tive um pai profissional, o Avancini, e depois uma mãe, a Janete. Ela me deu um presente fantástico, dois personagens, tanto a Lili quanto a Carina do Pai Herói. E a dupla com o Tony... A gente tinha uma afinidade, olhava no olho um do outro, conhecia a respiração um do outro. Então, não errávamos nunca na cena, porque um completava o trabalho do outro. E a gente se gostava muito, como irmãos, foi uma coisa muito legal. Até hoje eu tenho paixão pelo Tony. Fizemos um trabalho muito gostoso, em um momento muito bom das nossas vidas.


Ao lado de Marcelo Picchi e dos filhos:
Thiago, Diogo, Ciro e Tadeu.


O FILHO DIOGO
A escolha profissional e a carreira no exterior


Diogo: aprimoramento no exterior.
Eu fiquei grávida durante O Grito. Ninguém podia saber que eu estava grávida; eu fazia a mocinha, que naquela época era virgem. O Talma falou que foi a forma que eu arranjei pra ganhar a câmera, porque as minhas cenas eram todas em close. A novela acabou no dia 25 de abril; o Thiago nasceu no dia 05 de maio; e em quinze dias, eu já estava gravando Estúpido Cupido, cheia de leite no peito. No Astro foi a mesma coisa. Acabou a gravidez do Diogo, quinze dias depois eu já estava gravando a novela. Quando os dois, o Thiago e o Diogo, resolveram ser atores, olha... Não foi por falta de briga, viu? (risos) Eu queria que fosse médico, advogado, engenheiro, mas não teve jeito. Uma vez, o Walcyr Carrasco me disse “Savala, os dois viram você e o pai atuando a vida inteira, eles não conhecem outras pessoas, outras profissões, queria o quê?” Mas, sei lá, eles podiam ser mais normaizinhos. Porque é complicado dar continuidade a uma carreira aqui no Brasil, é muito difícil!

Os irmãos Thiago e Diogo: parceiros de cena em Amor e Revolução.

O Thiago e o Diogo foram chamados para fazer a Oficina de Atores. Foram lá, fizeram teste e passaram. Só que o Diogo tinha que ir pro Estados Unidos porque ele estava fazendo intercâmbio cultural. Aí ele foi, entrou em uma escola de arte em Los Angeles, e ficou lá por doze anos. Foi a única pessoa que conseguiu bolsa de estudos em 46 anos de escola. Chegou, contou que era filho de atores brasileiros e que aqui no Brasil os atores não ganham como lá fora e o grande sonho dele era fazer a escola, mas ele não tinha grana. Deram um teste pra ele, que foi muito bem e fez os donos da escola se apaixonarem por ele. Resultado: ele fez a escola toda, muita coisa lá fora, de cinema, e depois dos doze anos, ele voltou. Foi pra São Paulo, fez o teste no SBT e foi aprovado para o padre Bento, lá com o Tiago Santiago, o Miguel Paiva, e a Renatinha Dias Gomes, que eu vi nascer e é como se fosse uma sobrinha pra mim. Eu adoro essa menina, que é muito talentosa e vai dar muito o que falar!


O FILHO THIAGO
A parceria em Quem É Você


Tiago: talento que vem de família.
Bom, o Thiago foi pra Oficina. E aí, o Herval Rossano precisava de um casal pra fazer os testes dos equipamentos que iam inaugurar, do Projac, e foi até a Oficina, viu várias pessoas atuando, viu testes de todos eles, e escolheu o Thiago e a Mirian Freeland, se não me engano, pra fazer esse teste das câmeras novas, iluminação... Passa um tempo e, um dia, o Herval liga aqui pra minha casa, querendo falar com o Thiago. Só que nesse mesmo dia, o Thiago tinha sido chamado pra fazer alguma coisa com o Wolf Maya e ia acertar o negócio de grana lá com a produção, na Cinédia. E o Herval falando no telefone “eu quero ele pra fazer a novela, é um personagem bem legal, tem uma coisa do Tootsie. Entrar na novela que vai estrear é melhor do que a que tá no ar”. E aí, a minha secretária, que tava junto com o Thiago, ligou e falou “o Thiago aqui não acertou a grana” e eu “ainda bem né, minha filha, porque o Herval tá louco atrás dele! Vôa pro Jardim Botânico que ele quer conversar com o Tiago”. E aí o Thiago chegou lá, ofereceram uma grana legal, falaram do personagem e ele aceitou.


Maria Luiza, em Quem É Você:
convite para viver a mãe na ficção
do filho da "vida real".
Aí o Herval me liga “então...sabe, eu estava aqui pensando: eu preciso de uma mãe pro Thiago; a Cássia Kiss vai fazer a antagonista, mas eu não tenho a mãe. Então eu te liguei, por que você não faz a mãe do Thiago?”. Eu falei "não", porque trabalhar com a mãe é estranho, de repente ele não podia gostar. Aí o Herval disse “fala com ele aqui”, o Thiago atendeu, e pediu, por favor, pra que eu fizesse. Foi a primeira novela dele, a primeira experiência, e eu fiz a personagem por causa dele. Eu não assistia nada do que ele fazia, eu não entrava nunca no estúdio que ele estava gravando com medo de atrapalhar. Quando era cena dele e minha, a gente passava o texto e gravava mesmo. O único problema é que ele calçou todos os meus sapatos, porque ele tinha que fazer um homem que se vestia de mulher, precisava passar verdade naquilo. Só que ele usa de 39 a 41 e eu calço 36, não sobrou um sapato inteiro! Foi o único percalço que a gente teve. Foi muito bom, viu... No último dia da novela, o Lauro César Muniz só falava do Tiago, eu falei “tá, mas você gostou de mim?”. E ele só falava no Thiago... (risos)


O Thiago fez a Oficina de Autores também. Dificílima, eram quatrocentas pessoas para entrar. Ele conseguiu entrar e depois dos quatrocentos ficariam doze e depois quatro. E ele ficou até o final. Foi um trabalho bem bacana que ele desenvolveu na Oficina de Autores. Ele já publicou três livros, tá escrevendo o quarto agora. Recebeu um presente da Academia Brasileira de Letras, do Marcos Vilaça, uma premiação por conta dos Rumores Imprecisos das Conversas Alheias. O Marcos leu o livro, adorou, e convidou o Tiago pra ir lá, deu um prêmio a ele, que foi aplaudido pelo pessoal da ABL, pelos escritores. Imagina ele homenageado assim tão jovem?


(continua ...)


Leia a PARTE 4 deste Especial 

 



sábado, 24 de março de 2012

“Pode correr a sacolinha!”

Igrejas evangélicas usam TVs abertas para disputar fiéis

por Duh Secco



O bordão eternizado por Tim Tones, mais uma das brilhantes criações de Chico Anysio, que dá título a este post, nunca esteve tão na moda quanto agora. As igrejas evangélicas, em suas buscas desenfreadas por dizimistas, estão dominando a TV aberta no Brasil.

No último domingo (18/03), em extensa reportagem exibida no Domingo Espetacular, a Record denunciou o enriquecimento ilícito do pastor Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. Valdemiro, um dos ex-seguidores de Edir Macedo, dono da Record, tem se destacado no meio evangélico pela grande quantidade de fiéis que conquistou nos últimos anos, muitos deles dissidentes da Igreja Universal do Reino de Deus, comandada por Edir e uma das maiores fontes de renda da emissora que ele preside, através da compra de horário de suas madrugadas, destinadas ao programa Fala Que Eu Te Escuto. Mais uma vez, ficou clara a forte influência que a igreja exerce na Record. Tal e qual costuma fazer em seus ataques contra a Globo e a Folha de São Paulo, usaram do espaço destinado ao jornalismo, e de bons profissionais como Marcelo Rezende, responsável pela reportagem, para denegrir um concorrente, desta vez na disputa por fiéis. É mais um ponto contra a Record, que nos últimos anos, somou esforços para construir uma nova imagem perante o público, mas não abandonou o mais velho de todos os seus vícios: conduzir um canal de TV como se fosse um templo da Igreja Universal.

A compra de horários na TV aberta por igrejas tem se tornado cada vez mais frequente. Na Band, o missionário R. R. Soares mantém uma atração em horário nobre há anos. A emissora ameaçou por diversas vezes não renovar contrato com o religioso apresentador do Show da Fé, mas acabou desistindo em todas elas, diante de novas investidas de R. R., que acenou com quantias cada vez maiores para garantir sua permanência na grade. O mesmo religioso abocanhou uma faixa no horário nobre da Rede TV!, o que garantiu bons milhões a Amilcare Dallevo e Marcelo de Carvalho, donos da emissora. Ainda assim, a Rede TV! operou um corte de 30% de seus funcionários na última semana. O milagre de R. R. Soares não foi o suficiente para salvar os profissionais de TV que compunham o time do canal.

São justamente os profissionais de TV os mais prejudicados pela conduta das emissoras. A venda de horários implica em menos atrações, e muitas vezes, em audiência menor (basta ver o desempenho da Band no horário nobre, sempre prejudicado pela presença do Show da Fé). Ainda assim, a renda obtida através de programas evangélicos é sempre interessante. Dinheiro que provém da exploração da fé alheia, conforme o próprio Valdemiro Santiago já atestou em um de seus discursos inflamados, no qual pedia que sete mil de seus fiéis doassem mil reais cada à igreja, para que assim o contrato de venda de horário pudesse ser renovado, mantendo a atração dele no ar.

É interesse notar também a omissão de órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da programação das TVs abertas. Não há portaria da classificação indicativa contrária a esse tipo de atração, nem mesmo uma lei, como a das TVs pagas, que exija o investimento das emissoras em produções independentes, que pudessem vir a ocupar o horário hoje assolado por atrações dos pastores aqui citados.

Vale ressaltar: esse texto não é contrário a nenhuma religião. Todas devem ter o seu espaço. Mas este espaço deve ser aproveitado da melhor forma possível. Um programa cujo único intuito é pedir dinheiro aos seguidores de uma determinada doutrina não merece respeito.



terça-feira, 20 de março de 2012

          
       MÁSCARAS   E S P E C I A L           

Parte III



Nesta terceira e última parte do especial sobre a novela Máscaras, você vai ler pequenas entrevistas com alguns atores que estarão na próxima produção da Rede Record.

Deixo meus agradecimentos a todos do elenco que se disponibilizaram a participar deste especial.



ENTREVISTAS EXCLUSIVAS
por Guilherme Staush





FERNANDO PAVÃO (OTÁVIO BENARO)





1-  Você estreou na TV em 1998, na Band, na novela Meu Pé de Laranja-Lima. Foi crescendo aos poucos como ator, até que surgiram maiores oportunidades na Record, desde que você foi contratado em 2007. Paralelamente, fez alguns trabalhos no cinema, como o ótimo “Garotas do ABC”, onde você teve um ótimo desempenho. Finalmente teve seu talento reconhecido, e consequentemente ganhou o protagonista de “Máscaras”, depois de viver o Sansão na minissérie produzida pela Record. Quais os maiores desafios em ser o protagonista desta produção, que é a maior aposta da emissora para este ano?

Existe uma responsabilidade maior, claro, pois grava-se muito mais, mas existe um prazer proporcional, e é isso que me estimula. Uma boa estória, com bons atores e boa direção. acho que é o sonho de qualquer ator. As novelas do Lauro são sempre muito estimulantes porque ele não tem lugar comum. Ele sempre vai além.


2-  A troca de identidade é uma temática já explorada em algumas novelas. Entretanto, em Máscaras, “Otávio é levado a assumir a identidade de seu maior inimigo, e seu inimigo assume a identidade do mocinho”, como já explicado pelo próprio autor, Lauro César Muniz, na primeira parte do especial sobre a novela, aqui do blog. De que forma você acha que o público vai se identificar com o herói que veste a máscara de seu maior inimigo? Acha que Otávio corre o risco de o público discordar de suas atitudes?

Penso que a identificação do público, num primeiro momento, talvez se dê pela determinação dele em descobrir o que de fato aconteceu com sua mulher e seu filho. Ele ama sua família e levará a busca até as últimas conseqüências, e no meio desse turbilhão, fatalmente ele terá atitudes "questionáveis", mas a vida é assim, não é? Não podemos ser maniqueístas. Se o público embarcar nos conflitos da personagem e se identificar com ele, ficarei contente.


3-  Você já gravou cenas das duas fases de seu personagem – com barba e sem barba – com diferentes identidades, devido ao fato de que o navio onde foram gravadas as cenas iniciais da novela não poderá ser utilizado novamente. Essa informação procede? Existe alguma dificuldade para o ator em gravar cenas com muita antecedência, em se tratando de dois personagens que mudam a identidade?

Sim, gravei cenas com o visual diferente, mas sempre como Otávio. Ainda não gravei cenas como Martín. A barba é porque se passaram alguns meses e ele estava em depressão por não ter encontrado sua família. Nesse caso é preciso estar mais atento a continuidade de emoção, pois gravamos uma cena hoje e a sequência dela 20 dias depois. A troca de identidade será gravada em breve.





PETRÔNIO GONTIJO   (Dr. DÉCIO NAVARRO)


Petrônio fotografado pela atriz Daniela Galli durante gravações no
Vision of the Seas.


1- Depois de um papel bastante pesado em Poder Paralelo, na Record, onde você viveu o dependente químico Rudi Castellamare, e de um personagem mais leve em Insensato Coração, na Globo, você está de volta à Rede Record, com um contrato de cinco anos, e em mais uma novela de Lauro César Muniz. Mesmo com a carência de “galãs” na televisão, você ainda acha vantajoso para o ator prender-se a contratos longos, ainda que, na maioria das vezes, ele não possa optar pelo trabalho que quer fazer?

Nunca precisei optar ou recusar papéis em TV, tive bons personagens e foi bem vindo um contrato mais extenso agora. Tenho a liberdade de conversar sobre meus papéis e também posso fazer teatro, que estou afastado há algum tempo. Fora o fato de gostar do trabalho.  Não penso no que seria mais vantajoso, mas no que poderia trazer satisfação no momento, assim não me preocupo com o que vem pela frente. Conduzi minhas decisões profissionais dessa forma até aqui e, pra mim, tem sido bom. Estou feliz de estar na Record e reencontrar amigos.



2-  O Dr. Décio Navarro é um personagem que já nos primeiros capítulos mostra-se recheado de mistério, deixando dúvida se está ou não ligado ao sequestro de Maria e seu filho. Como lidar com a dubiedade dos personagens em uma trama de suspense? É mais importante para o ator conhecer a realidade do seu personagem do início ao fim para uma melhor composição do mesmo, ou o grande barato de uma obra aberta é justamente a surpresa que o autor lhe reserva a cada capítulo?

Eu gosto mesmo da surpresa. Lauro César Muniz e toda equipe são excelentes e trabalham com isso o tempo todo. Os personagens surpreendem pela humanidade. Lauro trabalha com o inusitado, enfim, com a vida.  É muito prazeroso e uma responsabilidade grande estar envolvido nisso. 
Prefiro quando não sei a longo prazo o destino do personagem, falando em novelas, é claro.
A dubiedade está ligada a humanidade dos personagens. Isso pede estudo, observação ao ator. 
Pra se falar de mistério seria bom ter algum, tenho revisto os meus. O texto de Lauro propicia isso.



JONAS BLOCH  (BIG BLOND)


1-  Conte um pouco sobre o Big Blond, o líder de uma gangue, que você vai interpretar em “Máscaras”? O personagem vai ter um lado familiar ou romântico também?

Estamos muito no começo da novela e fica difícil falar do personagem. É um vilão diferente de todos os que fiz, mais racional, calculista e com uma dose de humor.
Estou muito entusiasmado com a novela, não só pelo papel, mas por ter um elenco excelente, um autor de qualidade comprovada e o diretor, Ignácio Coqueiro, com quem já trabalhei na Globo, em sucessos como A Viagem, Mulheres de Areia, Malhação.


2- Você tem se especializado em interpretar grandes vilões na TV, como o Ismael, de A Viagem (1994) e o Russo, de Corpo Santo (1987). Desde que veio para a Rede Record, vem colecionando personagens malvados, como o Ramalho, de Bicho do Mato (2007) e Ricardo Ávila, de Bela, a Feia (2010). E agora, se prepara para viver mais um grande vilão. É você quem procura por esses personagens ou são eles que procuram por você? Interpretar mais um bandido, aumenta o desafio para o ator que já tem uma vasta galeria de vilões?

Não procuro esse tipo de papel, apesar de serem papeis mais interessantes e de maior sucesso, mas como fiz sucesso com alguns deles, é natural que lembrem de mim ao escalarem o elenco.
Tenho feito papeis de bons sujeitos também, mas os vilões sempre são mais lembrados.



BÁRBARA BRUNO  (ZEZÉ)


1-  Nos dias de hoje, algumas famílias estão optando em ter animais (cães ou gatos)  para substituírem os filhos. O casal Zezé (Bárbara Bruno e Roberto Bomtempo) foi mais longe: criou um filho que só existe na imaginação dos dois. Conte um pouco sobre sua personagem em Máscaras e sobre esse estranho “ser invisível” que vai fazer parte de seu núcleo.

O Zezinho (filho do casal Zezé), não mora mais conosco. Cresceu, tem vida própria... Mas isso não significa que tenha nos esquecido, vem sempre comer o bacon e a pimenta da mamãe e, é claro, o leite (com cachaça) do papai.  Quem se regala mesmo  são Aristófanes e Izildinha (os animais de estimação do casal) que entre um osso e um mosquitinho não abrem "pata" dos quitutes caseiros.
Eles que levantem as patinhas para o céu porque a vida não é para aqueles  que a enxergam pela concretude dos fatos, mas para quem tem a alma repleta de possibilidades e amor verdadeiro para suplantar as vicissitudes e ampliar infinitamente a condição humana.


2-  De que forma você costuma interagir com Lauro sobre as novelas que ele escreve? Vocês assistem às novelas juntos? Você participa de alguma forma na trajetória de seu personagem ou da trama, seja fazendo comentários, sugestões ou discutindo sobre as personagens da novela ou cenas que vocês assistem, ainda que indiretamente?
 
Tanto quanto você, com suas perguntas. Tanto quanto a Nida e a Maria, que trabalham aqui em casa. Tanto quanto nossos vizinhos. Tanto quanto nossos amigos e supostos inimigos. Tanto quanto os artistas, de todas as modalidades. Tanto quanto os livros, jornais e revistas. Tanto quanto o computador que abre as portas para o mundo. Tanto quanto a vida, que teimosamente insiste em fustigar, estimular e desafiar todo aquele que não se contenta com o que já foi conquistado, mas está inquietamente em busca do melhor!




FLAVIA MONTEIRO    (ENEIDA)





1- Conte-nos um pouco sobre a Eneida, a engenheira naval que vai viver um triângulo amoroso com Caio (Nicola Siri), de quem é noiva, e Manu (Giselle Itiê). Quais as características de sua personagem?

Bom, a Eneida é uma Engenheira Naval, rica, bem sucedida, inteligente, perspicaz e apaixonada. É noiva do Caio (Nicola Siri) e que terá a Manuela (Gisele Itiê) como sua "rival". Eles têm um mega projeto em suas vidas que é construírem o maior transatlântico do Brasil e um novo estaleiro. Isso será um dos grandes trunfos contra ele e uma boa  forma de controlá-lo e prendê-lo na relação!


2- Você já atuou em praticamente todas as emissoras de TV, e teve a oportunidade de participar de algumas das novelas de maior sucesso em cada uma delas: Vale Tudo (Globo), Pantanal (Manchete), Éramos Seis (SBT) e Vidas Opostas (Record). E, certamente, Máscaras vai acrescentar bastante ao seu currículo de atriz. Acredita que quando uma novela faz um grande sucesso, o trabalho do ator é mais gratificante? Ou é possível fazer um trabalho bastante recompensador ainda que em produções mais modestas, em novelas de pouca repercussão?

Eu acho que o trabalho do ator e o sucesso de seu personagem independem da produção e do sucesso de um trabalho! Existem vários atores que se destacaram e até ganharam prêmios em novelas sem muita expressão com o público. Pra mim, o sucesso é uma conseqüência. Mas me sinto um pouco sortuda, sim, por ter feito grandes papéis que tinham uma identificação grande com o público e por ter participado de grandes e inesquecíveis novelas.




NICOLA SIRI (CAIO)


1-  Em sua última novela com Lauro, Poder Paralelo, muitas surpresas foram reservadas para seu personagem no final. Paulo Garzia era o “guri”, a chave de um dos maiores suspenses da trama, e que você já confidenciou ser um dos maiores presentes que já ganhou. Agora, em Máscaras, o Caio, seu personagem, parece que vai ter um lado mais romântico, formando um triângulo amoroso com Eneida (Flávia Monteiro) e Manu (Giselle Itiê), e terá também uma filha adolescente. Você prefere personagens mais românticos ou quando eles estão inseridos em tramas de ação e suspense?

A princípio gosto mais de tramas de suspense, personagens misteriosos. Mas variar de personagens é fundamental para o ator e, se o texto é bom e a história interessante, qualquer papel se torna perfeito. Meu personagem em Máscaras, o Caio, é sim um homem bem-sucedido na carreira, vai viver um triângulo amoroso, é louco pela filha adolescente, mas quem sabe, pode estar escondendo algo...como disse o Lauro César, todos aqueles que estão no cruzeiro podem estar envolvidos no sequestro e, como marca do autor em suas novelas, as personagens são seres humanos, por isso complexas, não são unidimensionais e nem sempre o que parecem.


2-  Você já confessou que não gosta de se assistir na televisão por ser bastante crítico. Quais são as maiores críticas que você tem com relação ao seu trabalho?
 
Para as gravações me dedico 100% e procuro fazer o melhor, pesquiso, estudo o texto etc. Mesmo sabendo disso, o ser humano está sempre em transformação e cada dia é diferente, nos percebemos de outra forma, evoluímos. Então, quando me vejo dias ou semanas depois, vem a sensação de que poderia ter feito melhor. Acho que a maioria das pessoas que se importa com seu trabalho sente isso e daí surge a auto-crítica.
 
Então, já que sua entrevista é a última, vou te colocar em “saia justa”. Em que você se considera melhor: como pai, como ator ou como jogador de futebol?

(risos) Desde pequeno me perguntam o que queria ser quando crescer e eu dizia: ator e jogador de futebol...consegui os dois! Não sei no que me tornei melhor (risos), só sei que essas sempre foram as minhas grandes paixões...até nascer o Iago. Ali a vida passou a ter o verdadeiro sentido, meu filho é meu grande amor e no futuro ele vai poder lhe responder se sou melhor pai do que jogador de futebol e/ou ator!!!


Nicola com os colegas Fernando Pavão e Bemvindo Sequeira.

  ***


Leia a  PARTE 1  do especial (entrevista com os autores da novela)

Leia a  PARTE 2  do especial (entrevista com os colaboradores da novela)


sexta-feira, 16 de março de 2012




E L  I  Z  A  B  E  T  H
S  A  V  A  L  A




Logo em sua estreia na TV, como a Malvina de Gabriela, ELIZABETH SAVALA conseguiu mostrar seu talento. O rosto de menina que emoldurava a forte personalidade da personagem seduziu o público e a câmera. Tanto que, antes mesmo de dar adeus a personagem da obra de Jorge Amado, adaptada por Walter George Durst, a atriz já gravava a novela substituta no horário, O Grito. Seguiram Irmã Angélica, em Estúpido Cupido, e o início de uma vitoriosa parceria com Janete Clair, em O Astro. Após um novo trabalho ao lado de Janete, Pai Herói, Elizabeth estreava no horário das 19h com Plumas & Paetês, com a protagonista Marcela. Ao longo da primeira metade dos anos 80, seguiram-se outras personagens de grandes destaques, que a nossa querida estrela rememora agora, com muito bom humor, informações precisas e curiosidades de bastidores só reveladas ao Agora É Que São Eles.



PARTE 2 - As protagonistas dos anos 80: Plumas & Paetês, O Homem Proibido, Pão-Pão Beijo-Beijo, Partido Alto e De Quina Pra Lua.

por Duh Secco


PLUMAS & PAETÊS (1980/1981)
Personagem: Marcela / Roseli


Marcela, a contraditória
protagonista de
Plumas & Paetês.
Eu tinha acabado de ter os gêmeos (Cyro e Tadeu). Eles estavam com uns quinze dias, e fui gravar Plumas & PaetêsO Cassiano Gabus Mendes escreveu quase toda a novela e o Blota dirigiu, por pouco tempo. Ele e o Cassiano infartaram, tiveram que botar ponte de safena, uma loucura! Então, colocaram o Mário Márcio Bandarra pra dirigir e o Sílvio de Abreu pra escrever, pra concluir a trama. E olha, a Marcela, minha personagem, foi a primeira e talvez única protagonista que morreu no final da novela. O triângulo amoroso era com o Cláudio Marzo e o Wilker e os dois terminam sozinhos.



A luta de Marcela (vivida por  Ísis
Valverde no remake da novela) pela vida:

duas versões de uma mesma cena.
Na segunda versão, eu vi um take que o Jorginho fez, muito igualzinho, quase que uma homenagem. Ele colocou a câmera na mesma posição, os personagens do Marzo e do Wilker na mesma posição, só que ela não morreu. Foi bem legal ter revisto isso, só que com outro final. E teve uma coisa que foi muito legal também - o meu filho Thiago fez a novela. De certa forma foi uma homenagem do Jorginho, da Maria Adelaide, ao colocar o Thiago numa coisa que eu fiz. Eu vi bastante dessa segunda versão, porque o horário das sete é o horário que você está se arrumando pra sair pro teatro, pra praça pública. Então, essa eu vi e amei! A ideia de misturar as duas histórias foi muito legal; a direção do Jorginho maravilhosa! Eu amo, adoro trabalhar com o Jorge Fernando! Ele tem uma assinatura, um ritmo diferenciado. E esse trabalho, esse remake, foi realmente muito bom!


O HOMEM PROIBIDO (1982)
Personagem: Sônia


Sônia, de O Homem Proibido:
ação da censura prejudicou
andamento da trama.
O Homem Proibido teve problemas já no início. O primeiro capítulo não foi pro ar. A censura proibiu e nós, do elenco, começamos a nos ligar, Lídia Brondi, Lílian Lemmertz e eu: “Será que vai? Acho que não vai. Ou vai?”. E o capítulo não foi. Eu não lembro o que é que entrou no lugar, só lembro que foi dito “A Censura Federal proibiu o capítulo hoje”, uma coisa assim. E nós ficamos com medo disso. Eu me lembro muito claramente, eu, Lidinha e Lílian, nos ligando, uma pra outra, “Gente, será que a novela não vai pro ar? O primeiro capítulo foi proibido”. Era O Homem Proibido, de Suzana Flag, que era o Nelson Rodrigues, falando de um caso homossexual, em 1982... Eram duas primas, apaixonadas uma pela outra e que não queriam ter relação com nenhum homem. E aí aparece o tal do homem proibido, o personagem do David Cardoso e, enfim, a censura pegou e a gente teve que aliviar muito.


Entre David Cardoso e Marcelo Picchi, nas gravações
do último capítulo da novela de Teixeira Filho.

A relação das duas virou uma coisa que “ah, ela é minha priminha malvada, que está sob os meus cuidados; ela finge que é cega”. Foi por aí. Mas na verdade, tudo ali acontecia por causa do amor, elas tinham ciúme uma da outra em relação ao homem. Era claramente uma coisa homossexual! Foi uma loucura da Globo botar essa novela, em 82, às seis horas da tarde. Nem hoje passaria, né? A gente teve que atenuar e tirar todos os olhares, qualquer coisa que pudesse dar essa conotação. É claro que dávamos sim umas olhadas de vez em quando... mas a Censura proibiu, então teve que cortar tudo isso.


PÃO-PÃO BEIJO-BEIJO (1983)
Personagem: Bruna


Bruna, a primeira vilã de sua carreira,
em Pão-Pão Beijo-Beijo.
A Janete Clair me ligou nessa época. Ela ia fazer Eu Prometo e me contou que estava doente, que podia ser a última novela dela. Nós éramos muito amigas, tanto que eu sempre chamei os filhos dela de “os meninos”, aquela coisa de mãe, e dia desses, eu descobri que o Gui (Guilherme Dias Gomes) é mais velho do que eu. Enfim... Eu queria muito fazer a novela, muito! E o Boni decidiu que eu não faria de jeito algum, que ele estava precisando dar uma subida no horário das seis e eu teria que entrar na próxima novela desse horário. Eu fiquei revoltada, queria fazer a novela da Janete, a Janete também, mas não houve jeito mesmo! Então eu falei “bom, se é pra fazer, eu quero um desafio”. Estava cansada de fazer a mocinha, uma personagem muito difícil, chato de fazer, pesado... Você passa o dia inteiro no estúdio, chorando, chega em casa com uma dor de cabeça, tem muito texto pra decorar pro dia seguinte... É realmente uma estiva!


Ao lado de Flora Geny, sua mãe na
novela de Walter Negrão.
E aí quando eu li a sinopse, eu decidi que queria fazer a Bruna e o Boni argumentou “de jeito nenhum, porque o público não vai engolir; você tem uma trajetória de mocinha”. Eu discuti, disse que queria cortar essa trajetória, fazer outra coisa, experimentar. Não houve acordo e eu acabei escalada pra outra personagem. Quem ia fazer a Bruna era a Renata Sorrah, eu acho. Aconteceu alguma coisa, a Renata saiu e aí acabaram me deixando fazer. E foi muito bom, eu adorei fazer, me diverti! Trabalhei pela primeira vez com o filho do Cassiano, o Cássio, que fazia meu irmão, Flora Geny, Dionísio Azevedo, Laura Cardoso... Tinha outro par romântico com o Cláudio Marzo, que eu adorava de paixão trabalhar com ele. Nós fizemos muitas novelas juntos como par romântico, tínhamos uma afinidade legal.


Lélia Abramo, em Pai Herói:
sua avó na ficção por duas vezes.
A Bruna era uma personagem bacana, muito mimada, cheia de vontades. Uma pessoa muito forte, assim como a Mamma Vitória, que era a personagem da Lélia Abramo, que tinha sido minha avó também no Pai Herói. E eu me lembro que numa gravação no shopping, tinha uma caravana de pessoas de fora do Rio. E essas pessoas quiseram me bater. Foi o maior corre-corre, a segurança da Globo tentando apartar, e as mulheres querendo puxar meu cabelo, aquela loucura. E eu na maior alegria,  falava “Tá vendo? Eu não falei? Era isso que eu queria!” (risos).


PARTIDO ALTO (1984)
Personagem: Isadora


Glória Pires e Cláudio Marzo,
parceiros no elenco de Partido Alto.
A sinopse dessa novela, era da Glória. E por ela, a novela se chamaria Isadora, que era o meu personagem. Tinha o negócio de um bombom que era envenenado, alguém envenena alguém, o roubo de uma coroa, enfim... Era eu e o Cláudio Marzo, de novo a gente como par romântico, e o Herson Capri fazendo o meu marido. Era esse o triângulo. E tinha o Pereio também concorrendo. Era um quadrilátero! O Pereio é coisa do Talma. Por aí você vê a cara que um diretor dá pro elenco. Escalar o Pereio, que não é tanto de TV, isso é muito bacana! Também era a primeira novela do Aguinaldo. E pra ele, a trama era o núcleo da Betty Faria, do Raul Cortez, o samba, a coisa do subúrbio. Então tinha o núcleo da Glória, que era o meu, e tinha o núcleo do Aguinaldo. E aí, eles escreviam cada um, três capítulos. Depois de um certo momento, parece que eles começaram a se desentender. E aí um escrevia uma coisa, armava a história, deixava ela no alto; vinha o outro e em uma cena destruía aquilo que estava armado e criava tudo de novo. Ficou uma loucura, realmente, até que chegou o momento que o Aguinaldo saiu e a Glória conduziu sozinha até o final.


Lilian Lemmertz: companheira de
elenco em O Homem Proibido e
Partido Alto.
Foi um sucesso, mas não foi aquele sucesso... É muito difícil a gente dizer uma coisa que não tenha ido bem na TV Globo, porque a TV Globo, dando traço, é sucesso! Ainda mais naquela época; não existia nem controle remoto. Nosso núcleo era a Lilian Lemmertz, que fazia minha mãe pela segunda vez, assim como no Homem Proibido. Nossa, como eu gostava da Lilian! Que atriz maravilhosa, fantástica! Ela e o Leonardo Villar no Homem Proibido e depois, no Partido Alto, com o Rubens Correa vivendo meu pai. E a Eva Todor como minha tia... Olha que sorte a minha trabalhar com um elenco desse!



Paulo César Pereio, intérprete de
Da Matta em Partido Alto.
Foi a primeira vez também que o merchandising fez uma coisa tão forte e boa. Eu acho que foi Partido Alto que descobriu a fórmula do merchandising trabalhar. O personagem do Pereio (Da Matta) sonhava com a Isadora. Em um desses sonhos nós estávamos sendo sequestrados. Passamos uma noite inteira gravando no cais do porto, o Talma dirigindo, e depois saíamos dali direto pro estúdio, pra continuar gravando. Teve outra noite no shopping Rio Designer Center, que estava começando, eu subindo as escadas rolantes, e lá em cima tava o Pereio, que me via. Mais outra inserção no museu, enfim. Sempre no final dessas cenas, desses sonhos, era mostrado o carro da Ford. Foi assim um momento muito importante no merchandising. Eu não tenho visto mais inserções tão bem localizadas, digamos assim. Quando o merchandising faz parte da ação dramática, fica muito interessante, quando não é uma coisa gratuita. Pra empresa, o merchandising é necessário, pra fazer a novela, botar no ar, pra pagar toda essa gente. Eu sempre faço questão de botar a ação de uma forma que fique inserida no contexto, que faça parte do âmbito do personagem. Eu tenho uma relação muito boa com o pessoal do merchandising.


A casa dividida em Morde & Assopra:
merchandising dentro do contexto da trama.
Nessa última novela, Morde & Assopra, nós tivemos inserções muito boas. Um produto da Avon, acho que o Renew, tinha a ver com o meu personagem, que era toda vaidosa. A personagem da Bárbara Paz, roubava o meu marido, o Ary Fontoura. Aí nossa casa era dividida e quando eu ia pro meu lado da cama, o produto que tá lá é o dela, o Renew dela. Eu falava “olha, que maravilha, que bonitinho” e  ela “não, isto aqui é meu”. Isso estava dentro do personagem, o que tornou tudo mais engraçado. Quando fica muito na cara “olha, passei Avon e minha pele ficou maravilhosa” não funciona. Você pode brincar com o produto e vender da mesma forma.



DE QUINA PRA LUA (1985/1986)
Personagem: Mariazinha


Mariazinha, em De Quina Pra
Lua
: incursão no humor.

De Quina Pra Lua foi um belo trabalho cômico. Só que o público, na época, não tinha o hábito de assistir comédia às seis horas da tarde. Foi um trabalho maravilhoso, muito gostoso mesmo de fazer, e que me fez amiga do Tide, o Alcides Nogueira. Um grande dramaturgo, uma pessoa muito legal, de um talento incrível.






(continua...)






Leia a PARTE 3 deste Especial.