Agora É Que São Eles

W A L C Y R

C a r r a s c o




 

O autor Walcyr Carrasco, responsável pela nova adaptação televisiva de Gabriela, da obra de Jorge Amado, próxima atração das 11 da noite da Rede Globo, nos concedeu uma entrevista exclusiva, onde fala sobre sua novela, que estreia no próximo dia 19, e que traz Juliana Paes como a personagem homônima.

O autor, que já havia nos concedido uma entrevista exclusiva no ano passado para falar de Morde & Assopra, retorna ao nosso blog. Dessa vez para falar sobre seu mais recente trabalho na TV.

CONTEÚDO EXCLUSIVO

Guilherme Staush pergunta

1.  Para os telespectadores que assistiram a adaptação de Walter George Durst, quais serão as principais diferenças da sua adaptação para aquela realizada em 1975?

Não estou tomando como referência a novela anterior, mas o livro de Jorge Amado. Acho que as novelas só serão parecidas com relação ao que já existe no livro. Mas é uma adaptação completamente nova da mesma obra.

As duas Gabrielas da TV:  Sônia Braga (1975) e Juliana Paes (2012)

Eduardo Secco pergunta

2.  A faixa das 11 da noite foi inaugurada pela novela O Astro, com relativo sucesso, no ano passado. Entretanto, a trama exibida nessa faixa padece com o horário tardio de exibição, às quartas, devido ao futebol. Você teme uma possível interferência dessa mudança de horário na audiência?

Estou preparado para altos e baixos de audiência, devido ao horário de exibição. Mas veja, a principal preocupação do autor não pode nem deve ser a audiência. E sim a qualidade artística do que está sendo escrito e realizado. Confio muito na direção do Roberto Talma e do Mauro Mendonça Filho.

Guilherme Staush pergunta

Jerusa e Malvina, personagens de grande
destaque (Nívea Maria e Elizabeth Savala, em 1975;
Luiza Valdetaro e Vanessa Giácomo, em 2012)

3. Na adaptação de Durst, embora fosse a personagem-título da novela, Gabriela teve pouca função na obra como um todo. As personagens femininas Jerusa e Malvina (interpretadas por Nívea maria e Elizabeth Savala) tiveram um peso bem maior na trama, com personagens mais fortes e mais atuantes. Como será sua Gabriela?

A minha Gabriela é muito importante sim, porque fala de uma nova maneira de ser, da mulher que busca seu lugar na sociedade sem incorporar rótulos. Gabriela não é a sinhazinha nem a quenga. É única, especial, um ser humano livre, algo tão raro hoje em dia.

Guilherme Staush pergunta

4.   O que os telespectadores, já habituados às novelas de Walcyr Carrasco exibidas às 6 e às 7 da noite, com seu tradicional humor, podem esperar de sua nova novela, dessa vez exibida às 11 da noite?  O público costuma diferenciar o seu trabalho feito na Rede Manchete com a novela Xica da Silva, com o seu trabalho realizado na Globo, pelas próprias restrições impostas pelo horário. Como está sendo para você voltar a ter mais liberdade para escrever uma novela?

Está sendo um desafio fascinante. Gabriela terá humor, sim. Mas não o mesmo tipo de humor ao que o telespectador de minhas novelas das 6 e das 7 está acostumado. É maravilhosa a oportunidade de me reinventar e agradeço muito a direção artistica da Rede Globo ter me dado essa missão.

Eduardo Secco pergunta

5.  Muito se comentou nos últimos meses sobre uma possível ida sua para a faixa das 21h. Acredita que este trabalho possa lhe abrir as portas da faixa mais nobre da Globo?

Veja bem, essa possibilidade sempre existiu, desde o sucesso de Alma Gêmea pelo menos. E de fato, antes de Alma Gêmea eu já havia terminado Esperança, no horário das 21, como deve lembrar. Eu é que nunca apresentei uma sinopse para esse horário. Outros temas me encantaram e o horário das 19 parecia mais apropriado para as histórias que eu queria contar. Não me preocupo com este ou aquele horário, mas com a história que me fascina. No momento é Gabriela. Amanhã pode ser uma trama infanto juvenil, como nos livros que já escrevi. Eu me considero um autor múltiplo, não vinculado a um horário.

Juliana Paes e Humberto Martins vivem o explosivo
casal Gabriela e Nacib na nova adaptação.

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